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Carta Doutrinal "Maria Mater Dei" | Dicastério para a Doutrina da Fé

                                     

DOM EUGÊNIO MARIA CARDEAL PACELLI
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
 CARDEAL PROTO-DIÁCONO DI SANCTAE SABINAE ALL'ALVENTINO
PREFEITO DO DICASTÉRIO PARA A DOUTRINA DA FÉ


A todos que esta lerem,
graça e paz de Nosso Senhor Jesus Cristo!

CARTA DOUTRINAL SOBRE MARIA, MÃE DA IGREJA

I. Introdução

1. A Sagrada Escritura, que para nós é fonte da Revelação de Deus, fala de Maria. A partir da Sagrada Escritura, vamos entender o papel da Mãe de Jesus na Igreja.

2. Nós lemos, na Carta aos Hebreus (1,1-2), que Deus, depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos, nestes nossos dias, que são os últimos, por meio de Seu Filho. Isso mostra que a Revelação Divina foi progressiva. Esse “progresso” pode ser percebido também com referência à figura de Maria no plano da salvação.

II. Maria através dos Evangelhos

3. Vamos ver isso na leitura e na meditação dos Evangelhos. Marcos é o evangelista mais antigo, que escreve antes da destruição de Jerusalém do ano 70 d.C. Em seguida, temos os Evangelhos de Mateus e Lucas; por último, no fim do primeiro século, aparece o Evangelho de João.

4. O Evangelho de Marcos se concentra, particularmente, na Paixão de Cristo, com uma ampla introdução sobre Sua vida pública, mas não fala nada da infância de Jesus. Neste Evangelho, Maria aparece apenas como a “Mãe de Jesus” no meio dos parentes (3,31-35; 6,3).

5. Já Mateus e Lucas falam também da infância de Jesus. Mateus ressalta mais a figura de José, descendente de Abraão e Davi, o “esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo” (1,16). Logo depois, fala do nascimento virginal de Jesus, como cumprimento da profecia de Isaías (7,14). Maria aparece, em seguida, como protagonista, juntamente com Jesus e José, na cena dos Magos e na fuga para o Egito. Mateus ressalta o papel de Maria que, como Mãe, cuida do Filho, junto a José, que nunca é chamado de “pai”.

6. Logo em seguida, aparece o evangelista Lucas, que é o teólogo de Maria. Ele é o evangelista que mais fala dela, não só para apresentar fatos da sua vida, mas para apontá-la como figura do verdadeiro discípulo e do verdadeiro crente. Ela é a primeira “cristã”, o “modelo dos cristãos”.

III. Maria, Mãe da Igreja

7. Somente uma vez Lucas fala de Maria depois da Ascensão: “Todos perseveravam unânimes na oração, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus” (Atos 1,14).

8. Dois termos significativos: a perseverança e a concórdia. Nessa perfeita caridade, Maria está presente, partícipe da perseverança, da concórdia e oração. Continuando com a visão de Lucas, anteriormente indicada, pode-se afirmar que Maria é o modelo do discípulo e do crente que persevera na fé, vive em concórdia com os irmãos e em comunhão com o Senhor por meio da oração confiante.

9. Aqui também Maria é apresentada como a Mãe da Igreja. Eis o seu papel.

IV. Conclusão

1o. Que com Maria, e junto dela, possamos seguir o seu exemplo para que um dia alcancemos a glória celeste.

11. Que neste mês Mariano, com toda a Santa Igreja, possamos cada vez mais nos unir ao Imaculado Coração de Maria, para assim sabermos o caminho certo a se trilhar, para amar o Cristo Ressuscitado.

Dado e passado na Prefeitura do Dicastério para a Doutrina da Fé, no dia 01 do mês de Maio de 2023, primeiro do pontificado de Sua Santidade João Paulo II.

+ Eugênio Maria Cardeal Pacelli
Prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé