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Carta Doutrinal "Professio Fidei" | Sacra Congregatio Sanctus Officium

DOM EUGÊNIO MARIA CARDEAL PACELLI
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
 CARDEAL PROTO-DIÁCONO DI SANCTAE SABINAE ALL'ALVENTINO
  PREFEITO DA SACRA CONGREGAÇÃO DO SANTO OFÍCIO


A todos que esta lerem,
graça e paz de Nosso Senhor Jesus Cristo!

CARTA DOUTRINAL SOBRE A PROFISSÃO DE FÉ


I. Introdução

1. Uma profissão de fé é a declaração pública de uma crença ou . É individual, ao contrário de confissão de fé.

2. A profissão de fé tem sua origem no Novo Testamento, onde os crentes, como Cornelius, declarou sua fé em Jesus no batismo. Na Primeira Epístola a Timóteo no capítulo 6, versículo 12, Paulo de Tarso lembra Timóteo de sua profissão de fé na frente de várias pessoas. Na Igreja Primitiva, no kerigma, ou na proclamação de Jesus Cristo Messias e Filho de Deus, morte e ressuscitado, resumiu a profissão de fé.

3. No catolicismo, é uma cerimônia antigamente chamada de "comunhão solene", pela qual os jovens fiéis afirmam a fé de seu batismo recebido como um bebê. Pode acontecer durante o batismo, se não for um bebê.

II. "Eu creio" - "Nós Cremos"

4. Quando professamos nossa fé, começamos dizendo: “Eu creio” ou “Nós cremos”. Por isso, antes de expor a fé da Igreja tal como é confessada no Credo, celebrada na Liturgia, vivida na prática dos Mandamentos e na oração, perguntamo-nos o que significa “crer”. A fé é a resposta o homem a Deus que se revela e a ele se doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz superabundante ao homem em busca do sentido último de sua vida. Por isso vamos considerar primeiro esta busca do homem (capitulo 1), em seguida a Revelação divina, pela qual Deus se apresenta ao homem (capítulo II), e finalmente a resposta da fé (capítulo III).

III. O Desejo de Deus

5. O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por
Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar:

6. O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à
comunhão com Deus. Este convite que Deus dirige ao homem, de dialogar com ele, começa com a existência humana. Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu Criador.

7. Em sua história, e até os dias de hoje, os homens têm expressado de múltiplas maneiras sua busca de Deus por meio de suas crenças e de seus comportamentos religiosos (orações, sacrifícios, cultos, meditações etc.). Apesar das ambiguidades que podem comportar, estas formas de expressão são tão universais que o homem pode ser chamado de um ser religioso: De um só (homem), Deus fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da
terra, fixando os tempos anteriormente determinados e os limites de seu habitat. Tudo isto para que procurassem a divindade e, mesmo se às apalpadelas, se esforçassem por encontrá-la, embora Ele não esteja longe de cada um de nós. Pois nele vivemos, nos movemos e existimos (At 17,23-28).

IV. Como falar de Deus?

8. Ao defender a capacidade da razão humana de conhecer a Deus, a Igreja exprime sua confiança na possibilidade de falar de Deus a todos os homens e com todos os homens. Esta convicção esta na base de seu diálogo com as outras religiões, com a filosofia e com as ciências, como também com Os não-crentes e os ateus.

9. Uma vez que nosso conhecimento de Deus é limitado, também limitada é nossa linguagem sobre Deus. Só podemos falar de Deus a partir das criaturas e segundo nosso modo humano limitado de conhecer e de pensar.

10. As criaturas, todas elas, trazem em si certa semelhança com Deus, muito particularmente o homem criado à imagem e a semelhança de Deus. Por isso as múltiplas perfeições das criaturas (sua verdade, bondade e beleza) refletem a perfeição infinita de Deus. Em razão disso podemos falar de Deus a partir das perfeições de suas criaturas, “pois a grandeza e a beleza das criaturas fazem, por analogia, contemplar seu Autor” (Sb 13,5).

V. Conclusão

11. Quando a fé é devidamente compreendida e utilizada, ela tem repercussões drasticamente abrangentes. Tal fé pode mudar a vida de uma pessoa, transformando seu cotidiano melancólico em uma sinfonia de alegria e felicidade. O exercício da fé é essencial ao plano de felicidade do Pai Celestial.

12. A Organização Mundial da Saúde (OMS) atesta que a fé influencia na saúde física, mental e biológica. A crença pode diminuir os riscos de diabetes, doenças cardiovasculares, respiratórias, infartos, insuficiência renal e acidente vascular cerebral.

13. A profissão de fé é sempre algo pessoal (Eu Creio), mas que acontece eclesialmente (Nós Cremos). Exige transmissão e aceitação. Confessar é “afirmar a fé em conjunto”. Declaramos-nos integrados em uma comunidade que compartilha a mesma fé, expressa em suas dimensões de compromisso, vivência comunitária e pública.

Dado e passado na Prefeitura da Sacra Congregação do Santo Ofício, no dia 6 do mês de Fevereiro, Ano Santo Mariano de 2023, primeiro do pontificado de Sua Santidade Lúcio.

+ Eugênio Maria Cardeal Pacelli
Prefeito da Sacra Congregação do Santo Ofício