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Instrução "A facie ad Fructum" | Pontificia Commissio Disciplinaris Curiae Romanae

  


PONTIFICIA COMISSIO DISCIPLINARIS
CURIAE ROMANAE

INSTRUÇÃO
A FACIE AD FRUCTUM
(Sobre as mulheres, um pilar na construção da Igreja e da sociedade)

PROÊMIO

A presença da mulher na história da humanidade e, em particular, na história da Igreja é de enorme relevância, como todos sabemos. É comum em nossa realidade habbliveana a comentar que as mulheres são pouco mais de 50% da população, que o papel que atribuímos às nossas mães nas nossas sociedades continua a ser de grande importância e que em termos de vida pastoral constituem a força mais evangelizadora grande, transcendente e constante. Durante séculos, a transmissão intergeracional da fé Tem-se dado contando com a família como espaço educativo fundamental. E no configuração da família o papel da mulher, especialmente da mãe ainda é reconhecida como insubstituível.

Da mesma forma, não é segredo que a presença da Virgem Maria através de vários invocações, faz parte da experiência de fé e da própria cultura no Habblive Hotel. A reforma da Cúria Romana nos possibilitou esta abertura a este grupo, as mulheres, com caracteristicas que nos levam de encontro a presença da Virgem Maria para o anúncio da fé e o amadurecimento da experiência cristã.

CAPÍTULO I
MINISTERIUM DEBES SCIRE

1. O cristianismo trouxe uma libertação em princípio a esta subordinação das mulheres, graças à a atitude inovadora de Jesus Cristo para com as mulheres e seu impacto em seu papel ativo na Igreja primitiva, como testemunhado pelo Novo Testamento. Basta mencionar ocenas da mulher samaritana, a adúltera, a prostituta chorando aos seus pés, a unção de Betânia, a primeira aparição a Maria Madalena, etc., para simbolizar a abertura de um nova era no reconhecimento da dignidade da mulher e sua igualdade com o homem.

2. O que isso significa à luz da fé? Por que por tantos séculos as mulheres sofreram múltiplas formas de vexação e sufocamento de sua dignidade? A resposta completa a essas perguntas é complexa e se identifica com o mistério da iniqüidade. Ora, não é possível compreender algo deste mistério sem referir-se a toda a verdade sobre a "imagem e semelhança" com Deus, que é a base da antropologia bíblica.

3. Na nossa realidade orbe habbliveano, enxergavamos a mulher como simplemente mulheres de casa, donas de casa. Más, chegamos a percepção de que estavamos errados. Não é que Deus seja um ser andrógino que, ao criar o ser o homem rasga sua natureza divina como narrado por alguns mitos antigos. A realidade é que as perfeições divinas participam de todas as criaturas, deixando o rastro de sua O Criador. No caso do ser humano, essas perfeições proporcionam uma verdadeira "imagem" e “semelhança” que constroem uma identidade e uma diferença entre homens e mulheres: somos ambos verdadeiros seres humanos, ambos, em unidade, somos a verdadeira face do que sinal humano e modesto mas eloquente de um aspecto fundamental da natureza íntima de Deus.

CAPÍTULO II
EVANGELII "ABSOLUTA NOVITAS"

4. Assim, "a nossa luta não é contra homens de carne e osso, mas contra as forças sobre-humano e supremo mal, que dominam este mundo de trevas" (Ef 6, 12). No entanto, o pensamento da cruel realidade do pecado que pesa sobre a história, e em particular que dobra a mulher e a machuca, é acompanhado desde o início de uma luz que liberta a história deste pesadelo: o anúncio de que Jesus e Maria um plano diverso para toda a humanidade.

5. Muito notável porque desta vez, podemos ver a Santa Sé como modelo de uma partilha de participação, partilha de responsabilidades entre ministros ordenados (padres, bispos) e leigos (mulheres ou homens). Vemos também uma separação da responsabilidade da ordem sacerdotal na Igreja. Este é um pedido que vinha sendo feito desde há muito pelas igrejas locais que estão mais orientadas para uma reforma estrutural da Igreja. E ver a Santa Sé como modelo nisso é algo digno de nota. 

6. A atuação das mulheres em todas as instâncias da sociedade e na vida da Igreja não pode ser reduzida a constatações estatísticas. Há algo próprio do feminino que elas sempre estão a oferecer. Em alguns círculos eclesiásticos, predominantemente masculinos, a presença delas interpela e instala uma alteridade diferente. 

CAPÍTULO III
PRAESENTIAE FEMININAE NOS EVANGELIZANT

7.  Um lugar particular de verificação da tensão existente entre Eva e María, da fragilidade humana e da vocação cristã, da sujeição arbitrária das mulheres e da sua fidelidade à novidade da fé, é precisamente a Diocesi di Roma. A nossa história é um caminho complexo em que coexistem luzes e sombras continuamente. No entanto, toda essa rede não é fácil de penetrar.

8. Quando uma estrutura da pessoa humana tão delicada como a sexualidade, parece um produto da lógica do poder, facilmente distorce a compreensão sobre o próprio corpo, sobre os afetos, sobre o casamento e a família. É uma realidade que os usos do poder na vida sexual das pessoas são relevante. No entanto, nem tudo na vida é abuso político, mas, como sempre, a realidade é muito mais complexa. E como dissemos, também é definido por luzes que nunca podem ser completamente extirpadas.

9. No nível especulativo, se tomarmos o Amor como revelação como ponto de partida supremo amor de Deus em Jesus Cristo, podemos tentar compreender este Amor a partir do pessoas divinas como "relações subsistentes" (Tomás de Aquino), porque coincide com eles, e não tem outra realidade além de sua reciprocidade absoluta e assimétrica. Tradicionalmente, as Pessoas divinas são entendidas como distinguidas pela ordem dos procissões, e pela oposição das relações recíprocas no Amor, segundo três formas Totalmente diferente em Deus.

CONCLUSÃO

Em alguns círculos eclesiásticos, predominantemente masculinos, a presença delas interpela e instala uma alteridade diferente. A expressão de Lucio: “Que bom uma mulher no meio dos bispos! Deviam trazer umas 4 ou 5” me fala de um modo de arejar relações. O Papa já nomeou diversas mulheres para funções na Cúria Romana. Ele sabe a diferença que a presença delas traz em ambientes onde homens adultos, tantas vezes autorreferenciais, correm o risco de se infantilizarem. E quando elas trazem suas experiências familiares, acadêmicas, matrimoniais, administrativas e outras, acabam por elevar a qualidade da palavra e das relações.

Há muita resistência e preconceitos em relação às mulheres. Na Igreja, inclusive, o que é grande contradição com o evangelho de Jesus. Os noticiários mostram como a violência contra a mulher persiste com dados alarmantes. A importante Lei Maria da Penha tem seu lado vergonhoso para uma sociedade que se diz cristã, pois ela evidencia o quão são violentadas as mulheres no mundo habbleano. 

Lamentavelmente, muitas são maltratadas, alvos de ofensas da parte de quem se esperaria o respeito exemplar. Todo preconceito e violência contra as mulheres deverá ser combatido, e que cada vez mais a presença feminina seja ampliada nos diversos espaços no seio da Igreja.

In Christus,

Datum et actum Romae apud Praetorium Department Congregationis pro Institutione Catholica, die I mensis Novembris, anno MMXXII, in Sollemnitas liturgica Omnium Sanctorum, S. Caesarionis Terracini, diaconi et martyris, sub Pontificatu Lvcivs PP.

+ Gabriel Souza Card. Giovanelli
Praefectus Pontificiae Commissionis Disciplinaris Curiae Romanae


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NOTAS

[1] Cf. LVCIVS. Constituição Apostólica "Cardinalis Officium II'': Pela qual se altera e atualiza as funções e obrigações Cardinalícias na Cúria Romana, seus Dicastérios e Serviços
Nº. 8.