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Carta Apostólica "Maria Mater Ecclesiae" | Pela qual se proclama o Ano Mariano


CARTA APOSTÓLICA
SOB FORMA DE MOTU PRÓPRIO

"MARIA MATER ECCLESIAE"

DO SUMO PONTÍFICE
MAXIMILIANUS

COM A QUAL SE PROCLAMA O ANO MARIANO

A quantos lerem esta carta:
graça, paz e minha bênção apostólica!

PRIMEIRA PARTE
A BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA

O singular papel de Nossa Senhora, no plano da salvação, sempre foi posto em relevo, pela Igreja, ao longo dos séculos. Ela, desde toda a eternidade, foi predestinada a ser a Mãe do Redentor, para que, “assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida” [1]. Se Eva fora aquela que experimentou a via do pecado, por meio da desobediência, Maria, a Nova Eva, "no desígnio divino, representa aos pés da Cruz a humanidade remedida que, necessitada de salvação, se torna capaz de oferecer um contributo ao desenvolvimento da obra salvífica” [2].

Em sua concepção, Maria foi protegida da mancha do pecado dos nossos primeiros pais. Ela é, portanto, imaculada. Ora, se Aquele que fora plasmado, por obra do Espírito Santo, no ventre virginal de Maria, não era um homem qualquer, mas o Filho de Deus, então, este merecia uma concepção, um parto e um cuidado divino. Assim, "Deus adornou-a com dons dignos de uma tão grande missão; e, por isso, não é de admirar que os santos Padres chamem com frequência à Mãe de Deus «toda santa» e «imune de toda a mancha de pecado», visto que o próprio Espírito Santo a modelou e d'Ela fez uma nova criatura [3]". 

Na Anunciação, Maria de Nazaré – Aquela que, aos olhos de seus contemporâneos, passava quase que despercebida, devido a sua presença discreta [4] – é chamada a conceber Aquele em que haveria de habitar “corporalmente a plenitude da divindade” (Cl 2, 9). Pequena diante dos homens de seu tempo, Maria é percebida por Deus. Como nos exortou o Papa Júlio I, "Maria de Nazaré representava aquela parcela da população desprezada, mas que com o Reino de Jesus, é colocada nos primeiros lugares [...] Em Maria, esse paradigma é quebrado. É a uma mulher que Deus pede permissão para entrar no mundo. Foi primeiro a ela - não a José - quem o anjo fez primeiro o grande anúncio [5]". 

No mesmo grande anúncio, Maria é saudada pelo Anjo como a "cheia de graça" (Lc 1, 28). Na linguagem bíblica, "graça" significada um dom. O sentido dessa saudação, portanto, corresponde a um dom especial que, segundo o Novo Testamento, tem sua fonte na vida trinitária do próprio Deus. "Maria é a «cheia de graça», porque a Incarnação do Verbo, a união hipostática do Filho de Deus com a natureza humana, se realiza e se consuma precisamente nela. Como afirma o Concílio, Maria é «Mãe do Filho de Deus e, por isso, filha predileta do Pai e templo do Espírito Santo; e, por este insigne dom de graça, leva vantagem a todas as demais criaturas do céu e da terra» [6]".

Outra saudação que denota a extraordinária grandeza de Maria é a de sua prima Isabel. Narra o evangelista São Lucas (Lc 1, 39-56) que, sabendo pelo anúncio do Anjo que sua parenta, de idade avançada e considerada estéril, estava no sexto mês de gestação, Maria dirigiu-se «apressadamente» para visitá-la. É nesta visita que Isabel saúda a Virgem de Nazaré como "bendita entre as mulheres" (Lc 1, 42). Maria, de fato, é "aquela que na Santa Igreja ocupa o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós"[7]. De todas as criaturas, a mais bendita e cheia de graça. 

Depois de receber a saudação de Isabel, Maria proclama o seu Magnificat. Através deste cântico, Maria reconhece, em forma de elevação religiosa e poética, a Sua pequenez e a manifestação misericordiosa de Deus na sua vida. "Nessas palavras sublimes, que são ao mesmo tempo muito simples e totalmente inspiradas nos textos sagrados do povo de Israel, transparece a experiência pessoal de Maria, o êxtase do seu coração. Resplandece nelas um clarão do mistério de Deus, a glória da sua inefável santidade, o amor eterno que, como um dom irrevogável, entra na história do homem" [8]

A Santa Igreja, da qual Maria é Mãe e modelo, desde o seu princípio, embora entre «tentações e tribulações», recita em sua oração cotidiana, sobretudo na liturgia das Vésperas, as palavras do Magnificat: «A minha alma glorifica o Senhor, e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade da sua servaDe hoje em diante todas as gerações hão de me chamar bem-aventuradaPorque fez em mim grandes coisas o Todo-poderoso. E santo é o seu nome: a sua misericórdia estende-se de geração em geração sobre aqueles que o temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos com os desígnios que eles conceberam; derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes encheu de bens os famintos e aos ricos despediu-os de mãos vazias. Socorreu Israel, seu servo, recordando-se da sua misericórdia, como tinha prometido aos nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre» (Lc 1, 46-55 - grifo nosso).

Digno de nota é que a Virgem Maria, exaltando o Todo-poderoso, descreve-o como Aquele que têm amor preferencial pelos pobres e humildes. De fato, com a vinda do Messias dos Pobres, assinalou o papa Júlio I, "aqueles que eram desprezados e tidos como últimos da sociedade, são [...] colocados como peças chaves nos planos de Deus"[9]. A Igreja, neste sentido, seguindo a mensagem do Magnificat, jamais deve esquecer-se da importância que tem os pobres no Reino de Deus.


SEGUNDA PARTE
ANO MARIANO

O objetivo desta carta apostólica é despertar o amor e a devoção filial pela Virgem Maria. É olhando para a identificação estreita da Igreja com esta Santíssima Mãe que proclamo, para a maior glória de Deus, o Ano Mariano.

A Igreja, tal como Maria, também é mãe. A função maternal da Igreja, que está associada a seu serviço apostólico entre os homens, têm como modelo a Mãe de Deus. Segundo São João Paulo II, "[...] como Maria, que foi a primeira a acreditar, acolhendo a palavra de Deus que lhe foi revelada na Anunciação e a ela permanecendo fiel em todas as provações até à Cruz, assim também a Igreja se torna mãe quando, acolhendo com fidelidade a palavra de Deus, pela pregação e pelo baptismo, gera para uma vida nova e imortal os filhos, concebidos por obra do Espírito Santo e nascidos de Deus" [10].  

Ao mesmo tempo, além de ser modelo, Maria é Mãe da Igreja (Maria Mater Ecclesiae), isto é, "Mãe de todo o povo cristão, tanto dos fiéis como dos Pastores" [11]. Uma mãe que nunca desampara os seus filhos. Assim, por meio do Ano Mariano, a Igreja é chamada não apenas a identificar-se com a maternidade de Maria, mas, também, aprofundar-se na escola mariana.

O ponto de partida para o Ano Mariano será na Solenidade da Visitação de Nossa Senhora, no dia 31 de maio próximo. Tal como Santa Isabel, queremos saudar a Mãe de Deus e da Igreja: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!" (Lc 1, 42). Como Povo de Deus, a Santa Mãe Igreja caminhará, mediante a devoção singular à Virgem Maria e no aprofundamento de seu mistério, até a conclusão do Ano Mariano, em 28 de maio de 2023, na Solenidade de Pentecostes. 

Como Bispo de Roma, faço o apelo, a todo o orbe católico presente no Habblive, a viver com intensidade este Ano Mariano, acompanhando as atividades que forem sendo realizadas e a rezar em comunhão com Maria.

Faço ardentes votos de que todos tenham um profícuo e excelente Ano Mariano!

Dado em Roma, junto a São Pedro, no dia 25 de maio de 2022, primeiro do nosso pontificado.

Pontifex Maximvs


Referências

[1] Cf. Catecismo. N. 488.
[2] Cf. João Paulo II. Maria, singular cooperadora da Redenção. N°. 3. Audiência: 9 de abril de 1997.
[3] Cf. Lumen Gentium, 57.
[4] Cf. João Paulo II. Carta Encíclica “Redemptoris Mater”. N. 3.
[5] Cf. Papa Júlio I. Homilia do Papa Júlio - Solenidade da Santa Mãe de Deus. Basílica de Santa Maria Maior: 01 de jan. de 2021.
[6] Cf. João Paulo II. Carta Encíclica “Redemptoris Mater”. N. 9.
[7] Cf. Lumem Gentium, n. 54
[8] Cf. João Paulo II. Carta Encíclica “Redemptoris Mater”. N. 36.
[9] Cf. Papa Júlio I. Homilia do Papa Júlio - Solenidade da Santa Mãe de Deus. Basílica de Santa Maria Maior: 01 de jan. de 2021.
[10] Cf. João Paulo II. Carta Encíclica “Redemptoris Mater”. N. 43.
[11] Cf. Paulo VI. Discurso de 21 de Novembro de 1964: AAS 56 (1964) 1015.