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Diretório Litúrgico - Semana Santa

DOM GREGÓRIO ANDREOLLI CARDEAL MAGNUS
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ
CARDEAL BISPO DI FRASCATI
PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO 
E DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS

A todos que leem , paz e bem.

Segue-se abaixo as seguintes instruções para as celebrações da Semana Maio( Semana Santa), as quais todos devem seguir a risca para bem viverem estes dias:

1. É tradição da Santa Igreja Católica seguir sua tradição invicta e incorrupta pelos séculos, por isso, a Igreja não muda a Semana Santa, mas a segue, tradicionalmente, pela data estipulada pela lua. Portanto, este ano celebramos a semana santa de 10 a 17 de abril

2. Na semana Maior fica-se proibido qualquer tipo de ordenação ou dedicação de templos. Não é permitido alteração na liturgia nem missas votivas.

Sábado antes de Ramos

4. A missa do V Domingo da Quaresma deve ser celebrada até as 17h do sábado.

5.  A partir das 18h já deve ser celebrada a missa do Domingo de Ramos.

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

6. No Domingo a celebração pode ser realizada em qualquer horário seguindo a liturgia conforme é descrita no missal romano: procissão e missa. A procissão pode ser feita na rua, pode ser feita a entrada solene ou a entrada simples. A procissão e a entrada solene fazem-se do mesmo modo, como disposto em nosso Semanário Litúrgico e no Missal Ramono. Onde se fizer a entrada simples, não se lê a entrada em Jerusalém e se diz o Ato Penitencial.

7. É de modo essencial preparar o templo para a celebração, colocando ramos no altar para que se possa relembrar a entrada gloriosa de Jesus e dispor a preparação de um púlpito para a primeira proclamação do evangelho, seja na rua ou na porta da Igreja. Neste dia também deve-se escolher pessoas para ajudarem na proclamação do Evangelho da Paixão. Neste dia pode-se omitir as leituras e ler apenas o Evangelho, a juízo do celebrante. 

8. Neste evangelho não se faz o uso de velas nem de incenso. 

Segunda, Terça e Quarta-Feira Santas

9. Estes dias devem ser momentos de profunda oração e meditação  sobre os acontecimentos ligados aos últimos dias antes da Páscoa do Senhor.

10. Durante esses dias também podem ser realizados: procissões, via-sacra, terços e outros modos de viver este momento. A cor litúrgica para essas atividades deve prevalecer o roxo.

11. Na noite da quarta-feira pode ser rezado o ofício das trevas, ou por medidas pastorais na noite da terça-feira para quarta-feirado mesmo modo que nos outros dias pode-se recitar publicamente as horas canônicas.

Missa do Crisma

12. A bênção do óleo dos enfermos e dos óleos dos catecúmenos e a consagração do Crisma são feitas normalmente pelo bispo na Quinta-Feira da Semana Santa, na Missa própria, que deve ser celebrada pela manhã.

13. Se for difícil reunir o clero e o povo neste dia com o bispo, pode-se antecipar a bênção, sempre, porém nas proximidades da Páscoa e com Missa própria.

14. Somente poderá ser realizada apenas uma missa do Crisma por Arqui(diocese). Ela não é celebrada nas dioceses titulares.

15. Essa celebração deve mostrar unidade do clero com o seu Arce(Bispo),seja como um sinal de comunhão. Convém, portanto, que todos os presbíteros, tanto quanto possível, participem dela, e nela comunguem sob as duas espécies. Para exprimir a unidade do presbitério da diocese, sejam de várias regiões da diocese os presbíteros que concelebram com o Bispo.

16. Na homilia, o Bispo exorta os seus presbíteros a serem fiéis aos seus cargos e convida-os a renovarem publicamente as promessas sacerdotais.

17. Nessa missa, independente de ser celebrada na Quinta-Feira Santa ou antesusa-se a cor litúrgica branca ou festiva e ornamenta-se o altar com flores.

18. Prepare-se, antes da missa, as ânforas para os óleos e para o Crisma.

Missa Vespertina na Ceia do Senhor

19. Essa celebração deve-se dar preferência celebrar para celebrar a Missa na Ceia do Senhor pela tarde e início da noite, se não for possível, celebre-se outro horário do diaPermitimos, aqui, que essa celebração se inicie mesmo após às 21hmas de modo que termine antes das 00hSe ainda sim não for possível celebrá-la em alguma igreja paroquialcelebre-a após as 21h da Quarta-Feira Santa.

20. Segundo antiga tradição da Igreja, proíbe-se neste dia qualquer Missa sem povo (na realidade habbliveana, deve haver ao menos um concelebrante ou assistente).

21. Para essa missa observe-se que o sacrário deve ter sido esvaziado e sua luz apagada antes da missa. Se, de algum modo, for possível demonstrar o vazio do sacrário, seja feito. Do mesmo modo, prepare-se antes da missa e fora do presbitério ou, se possível, da igreja  mas ligado a ela o altar da reposição: um lugar, ornamentado, onde ficará a reserva Eucarística numa urna ou sacrário, para a adoração dos fiéis. Para a transladação do Santíssimo não se retira a casula e nem se usa ostensório. Se coloca o véu umeral sobre a casula e se leva o Senhor envolto pelo véu umeral na âmbula.

22. O rito de lava-pés é opcional caso seja feito deve-se convocar e preparar com antecedência os que participarão. Nessa missa recomenda-se o uso de incenso. Os paramentos são brancos ou festivos. A igreja pode ser ornada com flores.

23. No Hino de Louvor tocam-se os sinos e campainhas. Depois disso elas ficarão silenciadas (retiradas, se possível), até serem tocadas no Glória da Vigília Pascal.

24. Ao fim da missa retire-se da igreja todas as flores, velas, toalhas, matos, enfim, todo e qualquer tipo de enfeite que não faça parte da estrutura. Se as imagens não foram veladas, vele-se a cruz, ou retire-a, se for possível. Observe-se mais detalhes no rito.

Celebração da Paixão do Senhor

25. Neste dia, em que “Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado”, a Igreja, com a meditação da paixão do seu Senhor e Esposo e adorando a cruz, comemora o seu nascimento do lado de Cristo que repousa na cruz, e intercede pela salvação do mundo todo.

26. A celebração da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo deve somente e unicamente ser celebrada a Sexta-Feira Santa, mas, ao longo de todo o dia.

27. Na Sexta-Feira Santa e Sábado Santo, segundo antiquíssima tradição, a Igreja não celebra os sacramentos.

28. Respeite-se religiosa e fielmente a estrutura da celebração da Paixão do Senhor (Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Sagrada Comunhão). A ninguém é lícito introduzir lhe mudanças de próprio arbítrio.

29. O altar esteja totalmente despojado: sem cruz, castiçais ou toalha.

30. O sacerdote e o diácono, de paramentos vermelhos como para a Missa, isso é, o sacerdote de casula e o diácono de dalmática. Os paramentos sejam simples. 

31. Não pode-se usar capa de asperge, nem paramentos negros.

32. Neste ofício os bispos lembrem-se que:  
  • Não se usa dalmática sob a casula; 
  • Não se usa anel; 
  • A Mitra deve ser completamente branca (a do papa com detalhes dourados);
  • Não se usa báculo ou férula;
  • Se for arcebispo ou gozar do uso do pálio, não usa-o.
 
33. O principal desta celebração é a leitura da Palavra de Deus, pois o povo se reúne para acompanhar o mistério da Morte de seu Divino Mestre. Por isso, não se corte ou retire leituras das Escrituras, integra ou parcialmente.

34. A comunhão não retorne nem para o sacrário e nem para o altar da reposição. 

Sábado Santo

35. Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição.

36. Tanto depois da Celebração da Paixão, como no Sábado Santo pela manhã e tarde, pode-se promover celebrações com o Senhor Morto, como o Sermão das 7 palavras, procissões, Via-Sacra, ou outros modos de piedade popular.

Domingo da Páscoa – Na noite Santa: Vigília Pascal

37. Segundo a tradição, esta noite é ''uma vigília em honra do Senhor'' (Ex 12,42). Assim os fiéis, segundo a advertência do Evangelho (Lc 12,35ss), tendo nas mãos lâmpadas acesas, sejam como os que esperam o Senhor, para que ao voltar os encontre vigilantes e os faça sentar à sua mesa. Mesmo celebrada antes da meia-noite, a Missa da vigília é a verdadeira Missa do domingo da Páscoa.

A vigília pascal obrigatoriamente deve ser celebrada durante à noite do sábado santo e somente após às 16h, horário das vésperas e início da noite. Estimule-se, porém, celebrações da Vigília Pascal depois do sol já ter se posto, como, de fato, cabe a essência da mesma. De qualquer modo, ela é celebrada na Noite Santa.

38. Onde não foi possível celebrar a Vigília Pascal, proceda-se em uma das noites da Oitava Pascal a celebração da Luz e a Missa própria do dia da Oitava, para que se possa ter o Círio Pascal. Onde o Círio Pascal não foi abençoado, ele não seja disposto na igreja.

39. O sacerdote e os ministros vestem paramentos brancos, como para a Missa ou cor festiva.

40. Preparem-se velas para todos os que participam da vigília.

41. Prepare-se, para essa missa, o círio pascal e seu suporte, a fogueira, as flores e a pia batismal, além de todo o restante para uma solenidade.

42. Na medida em que for possível, prepare-se fora da igreja, em lugar conveniente, o braseiro para a bênção do fogo novo, cuja chama deve ser tal que dissipe as trevas e ilumine a noite.

43. A procissão com que o povo entra na igreja deve ser iluminada unicamente pela luz do círio pascal. Assim como os filhos de Israel eram guiados de noite pela coluna de fogo, assim também os cristãos, por sua vez, seguem a Cristo ressuscitado.

44. A luz do círio pascal passará, gradualmente, às velas que os fiéis têm em suas mãos, permanecendo ainda apagadas as lâmpadas elétricas.

45. No final das leituras do Antigo Testamento canta-se o Glória a Deus, tocam-se os sinos segundo os usos locais, pronuncia-se a oração e passa-se às leituras do Novo Testamento. Lê-se a exortação do apóstolo sobre o Batismo, entendido como inserção no mistério pascal de Cristo.

46. Depois, todos se levantam: o sacerdote entoa por três vezes o Aleluia, elevando gradualmente a voz, e o povo repete-o. Por fim, com o Evangelho é anunciada a ressurreição do Senhor, como ápice de toda a liturgia da Palavra. Não se deve omitir a homilia, ainda que seja breve.

47. A terceira parte da vigília é constituída pela liturgia batismal. A Páscoa de Cristo e nossa é agora celebrada no sacramento. Onde não haja a cerimônia do Batismo nem se deva benzer a água batismal, a memória do Batismo é feita na bênção da água que depois servirá para aspergir o povo.

48. Em seguida tem lugar a renovação das promessas batismais, introduzida com uma palavra do celebrante. Os fiéis, de pé e com as velas acesas na mão, respondem às interrogações.

49. Depois eles são aspergidos com a água: desse modo, gestos e palavras recordam-lhes o Batismo recebido. 

50. A celebração da Eucaristia forma a quarta parte da vigília e o seu ápice, sendo de modo pleno o sacramento da Páscoa, ou seja, memorial do sacrifício da cruz e presença de Cristo ressuscitado, consumação da iniciação cristã e antegozo da Páscoa eterna.

Domingo da Páscoa – Missa do Dia

51. As comunidades que na noite do Sábado para o Domingo da Páscoa celebraram a Vigília Pascal ou aquelas que não celebrarão a Vigília e não usarão Círio Pascal, podem no dia celebrar a segunda Missa da Páscoa. Estes 8 dias que decorrem da Noite Santa são celebradas com a mesma exultação do dia da Páscoa do Senhor. E, por 50 dias, a Igreja proclamará: O Ressuscitado vive entre nós!

Conclusão

Desejamos que todos possam viver de modo especial essa semana maior, seguindo os passos de Cristo e seus ensinamentos. Que a Virgem Senhora das Dores nos abençoe e caminhe conosco como caminhou com o seu filho junto a cruz.

Dado e passado em Roma, no gabinete da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, no dia 10 de Abril do ano da graça do Senhor de 2022.