BENEDICTVS, EPISCOPVS
SERVUS SERVORUM DEI
Aos veneráveis Cardeais,
Arcebispos e Bispos,
Monsenhores, Cônegos e Padres,
Diáconos e Seminaristas,
Religiosas e Religiosos,
ao amado povo de Deus.
Nestes dias venho refletindo sobre a missão que me fora confiada em 6 de Abril deste mesmo Ano Santo da Misericórdia no qual os Padres Cardeais reunidos em Conclave haviam como missão eleger o Sucessor de São Pedro. Obtendo a maioria dos votos, por inspiração do Espírito Santo, decidi aceitar esta grande missão de estar à frente da Igreja de Roma como seu Chefe visível.
Desde a minha eleição, procurei estabelecer a ordem e a disciplina em toda a Igreja, por meio de uma mudança comportamental em todo o clero. Acredito firmemente que este pontificado trouxe grandes, importantes e significativos frutos para a Santa Igreja: posso aqui citar o I Sínodo dos Bispos, nos quais definimos pontos importantes para o futuro da Igreja e tantos outros trabalhos desempenhados por Nós que estamos assentados no Trono de São Pedro.
Não obstante, manifesto aqui a minha gratidão por todos aqueles que me apoiaram desde o início, incentivando-me sempre que necessário, sobretudo no falecimento de minha amada avó, pelo qual sofro e choro até os dias de hoje. Essa dor jamais será curada, um pedaço de mim foi deixado naquele túmulo no dia 30 de Junho de 2021. Somente Deus me deu forças para prosseguir desde então, mas já não fazia mais sentido para mim estar diante de toda essa responsabilidade, eu já não tenho mais motivação para tal. Aqui também cito a minha profunda decepção com ex-membros da Igreja, outrora excomungados, bem como de alguns clérigos, sobretudo Cardeais e Bispos que ignoraram e ignoram todas as minhas tentativas de uma Igreja unida e próspera. Infelizmente estes pensam somente em si e em seus benefícios próprios, não se preocupam com a Igreja ou com o rebanho, mas somente em inflar seu egos e impor suas opiniões a qualquer custo, verdadeiros sepulcros caiados, hipócritas! Sinto-me totalmente indignado e decepcionado com o nível de comportamento e falta de comprometimento de alguns clérigos. Mas isso não faz do meu pontificado fracassado, pelo contrário! Tenho a plena convicção de que tomei as medidas necessárias para todos os problemas que a Igreja passou até aqui. Não me retiro como um fraco, um perdedor, mas saio vitorioso, com a minha imagem limpa e portentosa, pois muitos conhecem o meu trabalho, sabem quem eu sou!
Diante de todas essas circunstâncias e priorizando a minha atual situação: mental, espiritual e física, já não tenho mais vontade de prosseguir à frente desta Igreja que outrora assumi em 6 de Abril. Encerro aqui a minha jornada clerical com a certeza de que dei o melhor de mim, de que fiz o melhor trabalho possível, de que meu legado valeu a pena e valerá para as gerações futuras de nossa Igreja. Fui verdadeiramente eu, sem máscaras, sem falsidades, fui sincero, mostrei o que eu sou. Envergonho-me da atitude de muitos irmãos que se dizem católicos, que são clérigos e que no altar pregam uma coisa, mas suas atitudes são totalmente contrárias ao que dizem. Hipócritas! A mão de Deus pesará sobre vocês, nunca se esqueçam disso, a conta chegará!
Assim, fadigado de toda essa responsabilidade e não mais desejoso de prosseguir à frente da Igreja, declaro publicamente que RENUNCIO ao Ministério Petrino, Sucessor de São Pedro e Vigário de Cristo para o qual fui canonicamente eleito, de livre e espontânea vontade. De igual modo DEFINO que a Igreja entrará em Sé Vacante no próximo dia 6 de Outubro, às 22h, quando pois se conclui a consumação da Renúncia Papal.
No que se refere ao meu futuro, permanecerei como PAPA EMÉRITO da Santa Igreja de Roma, vivendo uma vida mais reclusa e de oração, desejoso de celebrar minhas Missas privadas e desfrutar de minha velhice em Castel Gandolfo, minha morada definitiva. No que tange à minha morte, deixo aqui estabelecido que deverei ser sepultado na Cripta Vaticana junto aos demais Pontífices de nossa Igreja com todas as honras e privilégios incumbidos ao meu Ministério Petrino, fazendo jús ao meu trabalho e dedicação à Igreja em todos estes anos.
Por fim, mais uma vez expresso meu mais sincero agradecimento aos meus amigos e a todos que direta ou indiretamente fizeram parte desta longa história! Tenho orgulho em dizer que sou o Papa com maior tempo de pontificado em toda a história da Igreja. Não somente tempo, mas trabalhos e decisões que ninguém jamais irá subestimar!
Manifesto desde já minha comunhão e apoio ao Papa que será eleito, independente de quem seja, será da vontade de Deus e do Espírito Santo e rogo para que o Pontífice eleito permita que eu desfrute em paz destes últimos momentos de minha vida junto a vocês.
Que Deus e a Santíssima Virgem Maria roguem por nós e pela Igreja, afim de que passe por uma grande mudança e que o novo Pontífice não tenha medo de revolucionar a Igreja, pois se faz necessário e urgente!
Muito obrigado por tudo e que Deus ilumine a vida de cada um! Contem sempre comigo para o que precisarem!
Dado em Roma, junto à São Pedro, aos 29 dias do mês de Setembro do Ano Santo da Misericórdia de 2021, primeiro e último do meu Pontificado.
Em Cristo Jesus;
+ Benedictvs Pp.
Pontifex Maximvs