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Homilia do Papa Júlio | Ceia do Senhor

 

SANTA MISSA "IN COENA DOMINI"- DA CEIA DO SENHOR

HOMILIA DO PAPA JÚLIO

Basílica  de São Pedro
Quinta-feira Santa, 01 de abril de 2021
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Na véspera de sua Paixão, quis o Senhor celebrar a Páscoa com seus discípulos. Naquela derradeira Ceia Pascal, Jesus não mais faz memória da antiga Páscoa judaica, nem oferece um cordeiro para o banquete. A Páscoa nova e definitiva não é mais a passagem do anjo que ceifou a vida dos primogênitos do Egito. Agora, Ele mesmo é o Primogênito e o Cordeiro oferecido pela Salvação do mundo.

Jesus, instituindo a Eucaristia e o Sacerdócio, resume toda lei e preceito apenas neste: Amai-vos uns aos outros! Jesus não quer uma lei e uma religião que afastam o povo do amor misericordioso de Deus. Não somos juízes, nem advogados de acusação do Divino Tribunal. No gesto da última Ceia, Jesus deixa claro seu desejo: que a Igreja seja servidora! Por isso, antes de tomar parte no banquete Eucarístico, propriamente dito, Jesus se abaixa, retira o manto- símbolo de honra- amarra um cíngulo e uma toalha- sinais de serviço- e lava os pés dos discípulos. Lavar os pés dos convidados era o serviço do mais humilde e desprezado empregado ou escravo. É esse o papel que Jesus assume, ensinando a sua Igreja a nunca se colocar em posição de destaque e privilégio. Pedro se espanta com o gesto de Jesus, justamente por ter a visão de que aquele serviço não era digno do Messias. Jesus repreende a Pedro e a nós: é preciso descer do pedestal de nossa arrogância e soberba. É preciso saber se colocar como último, entre os últimos. Afinal, o mesmo Jesus já havia exortado em seus sermões: quem quiser ser o primeiro, seja o último e o servo de todos!

A Eucaristia é serviço! Como podemos comungar do Corpo e Sangue de Jesus, se não aceitamos assumir seu gesto eucarístico de sair de nós mesmos e nos colocar a serviço dos irmãos? Como podemos levar uma vida de participação nas missas e comunhão frequente, e não modificando nada em nossa vida fora da Igreja? O mandamento de Jesus é o amor. Amor que congrega, e não divide. Amor que acolhe, e não exclui. Amor que não enxerga os erros e pecados do outro, mas que só se preocupa com o bem a dignidade da pessoa humana.

Como dizia o grande Bispo da Igreja, Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, que a Igreja seja um verdadeiro “sindicato de lavadores de pés”. Afinal, sem seguir o exemplo e o mandamento do seu Mestre, tudo que fazemos será apenas teatro e ritual vazio, e não a Igreja esperada por Cristo!




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