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Homilia do Papa Júlio | Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

 

SANTA MISSA DO DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR

HOMILIA DO PAPA JÚLIO

Praça de São Pedro
Sábado, 27 de Março de 2021
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Esta Solene celebração, iniciada com o grande júbilo da Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém, se reveste de profundo pesar com a narrativa da Paixão e Morte de Jesus. Com estes dois grandes momentos, a Liturgia do Domingo de Ramos quer nos apresentar o Rei Jesus em sua identidade de Filho de Deus. Um Rei que, apesar de ser aclamado por uma multidão com “Hosanas”, é cruelmente assassinado, sob os gritos de “Crucifica-o” dessa mesma multidão...

Ao olharmos para a história de Jesus, somos chamados a nos inserir também nela. Lendo as páginas do evangelho podemos pensar: que povo alienado e manipulado! Como clamam a morte do mesmo que proclamaram como “filho de Davi”? Mas, ao olharmos para nossa vida, perceberemos que exatamente como a multidão de Jerusalém, também nós traímos esse Senhor que acreditamos ser o próprio Deus!

Há tantos Jesus ajudou... Onde estão? Onde estão os cegos, paralíticos, coxos, leprosos que Jesus curou? Onde estão os marginalizados, samaritanos e cobradores de impostos, considerados indignos pecadores, que Jesus incluiu? Onde estão os doze apóstolos, escolhidos pelo Divino Mestre como os mais próximos e responsáveis pela Missão evangelizadora? Um o traiu, outro o negou, os outros fugiram todos... 

Nós também corremos o risco de ter essa atitude. É muito fácil se dizer discípulo de Jesus, mas não se comprometer até o fim. O verdadeiro discípulo não abandona o barco, mesmo quando não entende o que está acontecendo ou quando tudo parece estar fracassando. O verdadeiro discípulo não se revolta com o escárnio e zombaria do mundo, mas resigna-se, certo de estar cumprindo a vontade do Pai. O verdadeiro discípulo entende que é servo, e não deve ser servido. Os que esperavam que Jesus fosse um Messias triunfante, que esmagaria com poder e força os poderosos, se enganaram e desistiram. O triunfo de Jesus está em sua oferta voluntária para a morte, oferecendo no alto da cruz o perdão aos seus perseguidores.

Pergunte-se: Quem é você na narrativa da Paixão? É como os discípulos que foram privilegiados do convício dom o Mestre, mas o abandoaram no momento crucial? É como Pedro, que o negou diante da possibilidade de ser reconhecido como seguidor dele? É como os Mestres da Lei e Sumos Sacerdotes, cegos para o evangelho do amor e atolados numa religião de aparências? É como Pilatos, covarde e medroso, mais preocupado em conservar seu poder mundano do que em fazer justiça? Ou você é como as mulheres que seguiram o Cristo até a cruz, permanecendo junto dele, ou mesmo como o soldado romano, pecador e infiel, mas que no ato redentor de Cristo na Cruz, o reconhece “verdadeiramente como Filho de Deus”?



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