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Homilia do Papa Júlio - Celebração Penitencial do Congresso Eucarístico



CELEBRAÇÃO PENITENCIAL DENTRO DO I CONGRESSO EUCARÍSTICO INTERNACIONAL

HOMILIA DO PAPA JÚLIO

Comunidade Nossa Senhora de Fátima
Segunda-feira, 08 de fevereiro de 2021
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Na tarde de hoje, durante a segunda sessão do nosso Congresso Eucarístico, conduzida por Dom Gabriel, tivemos a oportunidade de nos aprofundar um pouco mais sobre a dimensão comunitária da fé. Nossa relação com Deus não pode se limitar a um individualismo, onde só os dois se bastam. Ao contrário, quando temos intimidade com o Senhor, entendemos cada vez mais a importância de ser também transmissores do amor-caridade de Deus ao nosso próximo. O Senhor se deixa encontrar na Palavra, na Eucaristia e nos irmãos e irmãs, nos que sofrem, nos aflitos, nos que precisam de nosso apoio.

No evangelho que acabou de ser proclamado, essa dupla dimensão da nossa fé eucarística é evidenciada: antes da Ceia, Jesus se inclina e lava os pés dos discípulos. Com esse gesto, ele quer deixar bem explícito que o amor eucarístico passa pelo serviço aos irmãos. Somente com um coração sincero e reconciliado com os outros é que podemos então tomar parte do banquete da Eucaristia. A comunhão é o banquete dos reconciliados.

Para nossa meditação de hoje, devemos pensar: Como temos vivido nossa relação com Deus? Muitas vezes, nos fechamos em nós mesmos, e do auto de nosso narcisismo, nos achamos autossuficientes.  Certamente esse é um grande pecado. Em nossa atualidade se multiplicam grupos que defendem cada vez mais uma fé individualista, transformando o rito em ação teatral para satisfação do próprio ego. Se achando mais santos e justos que os outros, pelos preceitos e ritos externos que cumprem com precisão, essas pessoas acreditam ter aberta a porta do Céu.

O direcionamento que o Senhor nos dá, é outro. Na narrativa do Juízo final no evangelho de Mateus, Jesus acolhe no seu reino aqueles e aquelas que entenderam de verdade o mandato da última ceia: lavar os pés dos irmãos. “Vinde benditos de meu Pai, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim” (Mt 25, 35-36). É interessante perceber que aqueles a quem Jesus dirige essas palavras, se espantam. Eles não praticaram a caridade com segundos interesses. Apenas foram o próximo dos irmãos e irmãs, vivendo o mandato eucarístico do amor na plenitude. 

Comungar com o Senhor, deve nos comprometer com seu jeito de ser. Não basta comungar, para cumprir uma ação litúrgica, ou para satisfazer sua espiritualidade. Se a comunhão não me leva a ser um outro Cristo, a ser sal e luz no mundo, então ela é vazia de sentido. Peçamos perdão ao Pai das Misericórdias, quando por nosso egoísmo e fechamento de coração, não soubemos ouvir seu apelo, nem fomos mensageiros de seu amor ao nosso próximo.



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