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Orientações Pastorais e Litúrgicas | Para o Tempo do Advento

 

Caros irmãos Cardeais, Bispos, Arcebispos, Presbíteros, Religiosas, Consagradas, Seminaristas, Animadores de comunidades, Agentes de Pastoral, Grupos e todo o povo de Deus presente na Igreja. Saudações Fraternas, do Menino Deus, aquele que virá.

INTRODUÇÃO

Mais um ano litúrgico chegou ao fim. Um novo ano litúrgico irá começar! Nossos afazeres e preocupações contribuem para que não percebamos o tempo passar! Tudo parece ou está mais acelerado! A Liturgia nos convida a celebrar o tempo. Ela nos permite parar, sentir, refletir, meditar, rezar, viver e atualizar o Mistério! Através da Liturgia nós entramos no Tempo de Deus que por sua vez entra no nosso tempo e na nossa história! Com a celebração do Advento iniciamos este novo tempo e este novo ano. É o tempo que abre para a Igreja a grande celebração da manifestação do Salvador em nossa humanidade. É um tempo de preparação para as festas epifânicas, para que possamos receber o Senhor que vem e se manifesta a nós. É tempo de Alegria! Deus pisou a nossa terra e estabeleceu entre nós a sua morada!

Se é belo o Tempo do Advento, muito mais o tempo do Natal, com os símbolos, músicas, cantos, a família reunida, os amigos, as confraternizações, as celebrações, a fé e a espiritualidade que nos enche de alegria e esperança de dias melhores. É a festa mais querida do ano! A mais esperada! “O Filho de Deus se faz um de nós! Deus entra na história dos homens para fazer dela uma história de salvação, de vida, de paz, de justiça, de fraternidade”.

Sendo assim, requer de todos nós um alegre esforço na preparação das nossas celebrações. Se possível, organizar uma equipe de celebração diferente para cada festa do tempo de Natal: uma para a Missa da Noite, outra para a Missa do Dia, uma para a Sagrada Família, outra para o dia 1º de Janeiro, outra para a Epifania, outra para o Batismo do Senhor e outra para o dia 02 de Fevereiro, Festa da Apresentação do Senhor no Templo, embora um pouco mais distante e fora do ciclo natalino, mas é importante pensar nesta celebração desde já. Na realidade, a Festa da Apresentação do Senhor nos dá a sensação de que o tempo do natal terminou.

Não nos preocupemos só com os textos e os cantos. Preocupemo-nos também com os gestos, os símbolos e sinais: coisas para se ouvir, ver e fazer.

Um acontecimento assim tão marcante deve ser muito bem celebrado. Por isso, venho, através desta, recordar algumas orientações e sugestões litúrgicas e pastorais, que já foram enviadas nos anos anteriores.


LITURGIA

O tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa.

1- O espaço da celebração deve estar despojado e sóbrio. Um tronco com um broto ou um galho seco com uma flor lilás (pode ser uma orquídea) ajuda a simbolizar o sentido da espera. Lembrar que a cor litúrgica é a lilás ou a cor rosada, mais relacionada com a piedosa e a alegre esperança própria desse tempo.

2- Lembrar que durante o Advento não se usam flores nem se canta o Glória, reservados para a Festa do Natal.

3- Dar destaque especial a todo o Rito da Palavra, proclamando os textos bíblicos de maneira viva, com dignidade, com espiritualidade, de forma orante, sem pressa, diretamente do livro próprio para as leituras. Isso exige que os leitores se preparem bem antes, sobretudo pela oração e pela meditação da Palavra a ser proclamada. À preparação espiritual para a proclamação da Palavra, alia-se a preparação técnica: postura do corpo, tom de voz, semblante, a maneira de aproximar-se da mesa da Palavra, as vestes… A Palavra é realçada também por momentos de silêncio, por exemplo, após as leituras, o salmo e a homilia, fortalecendo a atitude de acolhida à Palavra. No silêncio, o Espírito torna fecunda a Palavra no coração da comunidade, a exemplo de Maria. Cantar sempre o salmo, cujo refrão é acompanhado pela assembléia. Antes da primeira leitura poderá ser entoado um mantra ou refrão meditativo, substituindo qualquer comentário. Após a homilia, o mesmo mantra ou refrão poderá ser repetido. Ex: “Desça como a chuva”, “Ó luz do Senhor”, “Onde reina o amor”, “Shemá Israel”, “Escuta Israel”…

4 - A resposta às preces poderá ser cantada e expressar desejo e expectativa.

5 - No terceiro domingo do Advento, Domingo Gaudete, a cor litúrgica pode ser a rósea. Sendo este domingo, o domingo da alegria, usam-se flores com moderação. 

6 – Antes de cada celebração criar um ambiente de silêncio e contemplação. Durante esse momento poderá ser entoado um mantra. É importante que quem estiver motivando esse mantra o faça adequadamente, isto é, comece bem baixo, vai aos poucos aumentando o volume da voz e depois abaixe novamente até ficar um sussurro. Após esse momento dá-se início a acolhida ou o comentário inicial.

7 - O tempo do Advento é próprio para um “balanço” da caminhada cristã, pessoal e comunitária, em direção ao Reino definitivo. Por isso, trata-se de um tempo muito adequado para a celebração do Sacramento da Penitência, acompanhada da confissão sacramental.

8 - Convém lembrar a importância da novena de preparação para a celebração do Natal. Incentive-se para que, nestes dias grupos e famílias se reúnam para juntos ouvirem a Palavra de Deus, rezarem e, assim, à luz desta Palavra, da oração e da fé, estreitarem os laços de amizade e solidariedade entre todos.

9 - Sendo Advento, por excelência, também um tempo mariano, pode-se destacá-lo com alguma imagem ou ícone de Nossa Senhora dentro do espaço celebrativo. Nunca, porém, colocar a imagem sobre o altar. O melhor seria perto da coroa do Advento.

10 - O tempo do Advento é marcado de grande riqueza espiritual, alimentando a esperança dos cristãos. Para aproveitar bem toda a sua riqueza, convém que se cuide com maior carinho dos detalhes externos deste tempo (cantos, espaço litúrgico, os diferentes enfoques das leituras e das orações, principalmente dos Prefácios).

COROA DO ADVENTO

Fazer a coroa do Advento, com ramos verdes, enfeitada com fitas coloridas e, a cada domingo, introduzir uma vela até completar quatro, no final do Advento. Poderá ser colocada junto ao altar ou próxima ao ambão. As velas vão sendo acesas, gradativamente, nas quatro semanas do Advento: no primeiro domingo, uma; no segundo, duas; no terceiro, três; e no quarto, todas. Estão presentes na coroa três simbologias significativas: a luz como salvação, o verde como a vida que esperamos; a forma arredondada como símbolo da eternidade. Ela expressa muito bem a espera de Cristo como Luz e Vida para todos.

Deve-se preparar um local para a preparação da Coroa do Advento. Esta deve conter 4 velas na forma circular, como de costume. As respectivas cores podem ser de duas formas: a primeira, utilizando 3 velas roxas e 1 rósea, significando o Domingo Gaudete. Ou, conta-se com as 4 velas nas cores Verde (Primeiro Domingo), Roxo (Segundo Domingo), Rósea (Terceiro Domingo - Gaudete) e Branca (Quarto Domingo).

RITO DE BÊNÇÃO DA COROA DO ADVENTO

Ao se preparar a Coroa do Advento, faz-se então a bênção, conforme se segue:

S: A nossa proteção está em nome do Senhor!
R: Que fez o céu e a terra.

S: Oremos... 
S: Senhor nosso Deus, sois o doador de toda a benção e a fonte de todo dom perfeito.
Nós vos pedimos, Abençoai + e santificai esta coroa do Advento, do Cristo vosso Filho e Senhor nosso e dai-nos a esperar com solicitude a sua vinda gloriosa. Que ele ao vir, encontre-nos vigilantes na oração e proclamando o vosso louvor. 
Por Cristo, nosso Senhor.
R: Amém.

O PRESÉPIO E A ÁRVORE DE NATAL

Nos últimos anos, muitas comunidades eclesiais, influenciada pela onda consumista das festas natalinas e de final de ano, estão assumindo o costume de enfeitar suas igrejas bem antes de o Natal chegar. Em pleno tempo do Advento, que é “um tempo de piedosa e alegre expectativa”, ornamentam suas igrejas com flores, pisca-pisca, árvore de Natal e outros motivos natalinos, como se já fosse o Natal. Não fica bem! Não se influencie pelos símbolos consumistas da nossa sociedade. Evite-se enfeitar a igreja com motivos natalinos durante o Advento. Deixe o Advento ser Advento e o Natal ser Natal. Enfeites natalinos dentro da igreja só quando o Natal chegar. Então, sim! Com certeza, a festa será melhor! Sobretudo se houver na comunidade uma preparação espiritual adequada.

O presépio poderá ser montado aos poucos, a cada semana, até o quarto domingo. Que seja, o quanto possível, expressão de nossa fé cristã e de nossa cultura. É muito significativo construir o presépio em mutirão. Se houver árvore de Natal, colocar nela frutos de nossa terra e outros símbolos que expressem nossos sonhos e esperanças. O presépio de ser simples, bonito e de bom gosto, como foi simples e pobre a manjedoura onde Jesus nasceu.

CONCLUSÃO

Esperamos que toda a preparação externa do Advento nos ajude na preparação interna, em nossa espiritualidade, a fim de que o Menino Deus possa nascer em nossos corações no dia 25 de dezembro, Natal do Senhor, dando frutos concretos em nossas famílias e comunidades e, desse modo, à luz da liturgia sagrada, renovar a liturgia da vida!

Desejo a todos um Santo e Feliz Natal e um Ano de 2024 repleto de Graças e Bênçãos. Desejo também santas e belas celebrações que possam expressar e traduzir o quanto possível a grandeza e a beleza do Mistério e, ao mesmo tempo, sua pequenez e simplicidade.

Que o Bom Deus abençoe a todos e a Bem-Aventurada Virgem nos acompanhe sempre com a sua maternal intercessão.

Em Cristo Jesus,


+ Dom Leonardo Dall Osto.
Prefeito