Senhores Cardeais,
Venerados irmãos no episcopado e no sacerdócio,
Diletos irmãos e irmãs.
Depois de terem sidos enviados para anunciar a Boa Nova ao mundo, os apóstolos voltam para relatar a Jesus as inúmeras graças e conversões que haviam se sucedido. É, então, conforme o evangelho de hoje, que Jesus manifesta sua imensa alegria em um ato de louvação a Deus: "Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra" (Mt 11, 25).
São os pequenos e humildes que acolhem a Verdade anunciada pelos apóstolos. É estes que aderem à verdadeira Sabedoria e se convertem a Deus. Por outro lado, aqueles que se acham “sábios e entendidos” são incapazes de aderir ao seguimento de Jesus, porque foram seduzidos por uma pseuda racionalidade humana.
Nos versículos que antecedem a perícope do evangelho de hoje, há uma ilustração perfeita desse contraste entre a estupidez dos soberbos e a sabedoria dos humildes, quando Jesus faz uma dura crítica aos habitantes de algumas cidades que ficavam em torno do lago de Tiberíades. Eram pessoas que se revelavam indiferentes à Sua proposta de salvação e se recusavam a aceita-lo como o Messias, o Enviado. É por isso que Jesus deixa claro, no evangelho, que Ele é “o Filho” e quem O rejeitar não poderá “conhecer” a Deus.
Assim, caros irmãos e irmãs, o caminho para chegarmos ao conhecimento da Verdade implica um coração humilde. A “sabedoria” mundana é absolutamente ínfima diante da Verdade subsistente. Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. É Ele a fonte de toda sabedoria.
Hoje, tal como fizera Jesus, meu coração louva e bendiz a Deus pelas incontáveis graças manifestadas durante o meu pontificado. Grandes foram as turbulências enfrentadas. Não foram poucas as vezes que me senti frágil diante de tantos desafios, ou mesmo indigno e incapaz de superá-los. Mas, ainda assim, há motivos para agradecer, afinal, como nos ensina as escrituras: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Ts. 5, 18).
Por tudo isso, meus irmãos e irmãs, manifesto a minha eterna gratidão a todos que me auxiliaram na missão de guiar a Igreja Católica Habbliveana. Que Deus recompense a cada um de vós, assim como recompensa a seus servos fieis. Peço perdão por todas as mazelas que cometi. Estas resultam da minha fragilidade humana, e delas prestarei contas a Deus. Que Jesus, manso e humilde de coração, fonte de toda sabedoria, faça o nosso coração semelhante ao Dele. Assim seja.
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