No dia 25 de abril de 2023, no segundo escrutínio do conclave mais breve da história da Igreja e com o maior número de cardeais participantes, foi-me confiado, ainda que imerecidamente, o ministério pontifício. Em que pesem as minha limitações e fragilidades humanas, durante meu pontificado, procurei servir a Deus e à Igreja com a máxima solicitude.
No entanto, após cuidadosa reflexão, oração e discernimento diante dos desafios que enfrentamos, anuncio, com plena consciência da seriedade deste ato, a minha RENÚNCIA ao ministério de Bispo de Roma. A Sé de Pedro ficará vacante a partir das 22h00 do dia 20 de julho de 2023, devendo ser convocado, por aqueles a quem tal dever compete, o conclave para eleição do novo pontífice.
Esta decisão não foi tomada de ânimo leve, mas é resultado de uma profunda análise diante da minha incapacidade, quer física, mental e espiritual, de continuar exercendo as funções de liderança que a Igreja exige. Reconheço a importância de um papa plenamente dedicado e com forças renovadas para enfrentar as demandas atuais da Igreja.
Agradeço, afetuosamente, a todos que cooperaram, direta ou indiretamente, com o meu ministério. Aos clérigos, sobretudo aqueles que não deixaram de exercer exemplarmente os seus ministérios mesmo diante das minha misérias, peço perdão por todo mal que eu tenha praticado e exorto-os a permanecerem fieis à Igreja.
Peço suas orações e compreensão neste momento. Minha fé em Deus e na Igreja permanece inabalável, e tenho certeza de que Ele continuará orientando-a e sustentando-a em todos os momentos. Que o Espírito Santo ilumine os corações e mentes dos cardeais que se reunirão em conclave, a fim de que escolham um pontífice sábio e comprometido com a evangelização. Quanto ao meu futuro, continuarei servindo a Igreja na condição de cardeal.
Concedo a todos a minha benção apostólica. Deus abençoe e proteja a Sua Igreja.
Dado em Roma, junto a São Pedro, aos 12 dias do mês de julho do Ano da Graça de 2023, primeiro de nosso pontificado.