
DOM PETER CARDEAL TURKSON
Por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica
Prefeito do Dicastério para os Bispos
O Bispo terá sempre presente que a sua santidade pessoal nunca se fixa a um nível apenas subjetivo, mas transborda na sua eficácia em benefício dos que foram confiados ao seu cuidado pastoral. O Bispo deve ser uma alma contemplativa, além de homem de ação, de modo que o seu apostolado seja um « contemplata aliis tradere ». O Bispo, convencido de que nada pode fazer sem o « estar com Cristo », deve ser um apaixonado do Senhor. Além disso, não esquecerá que o exercício do ministério episcopal, para ser credível, precisa da autoridade moral e da respeitabilidade que procede da santidade de vida, que sustentam o exercício do poder jurídico.
O serviço pastoral do Bispo, ou seja, o habitual e quotidiano cuidado do rebanho, é sem dúvida um trabalho árduo, sobretudo nos nossos dias.
O Bispo reconheça com sagaz humildade a pequenez das suas capacidades, mas que não perca de facto o ânimo.
Ele sabe em Quem acreditou (cf. 2 Tm 1, 12) ; tem a certeza de que se trata da própria causa de Deus, « o qual quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade » (1 Tm 2, 4) ; tem confiança de tudo poder naquele que lhe dá força (cf. Fl 4, 13) ; e, por isso, é apoiado pela inabalável esperança de que o seu trabalho, seja ele qual for, não é inútil no Senhor (cf. 1 Cor 15, 58).
O Senhor Jesus assiste sempre a sua Igreja e os seus ministros, especialmente os Bispos, aos quais confiou o governo da Igreja.
Com o serviço Ele dá a graça ; juntamente com o ónus, Ele aumenta as forças.
A Mãe da Igreja, a sempre Virgem Maria, auxílio dos Bispos, proteja e socorra os Pastores da Igreja na sua missão apostólica.
A todos, minha saudação fraterna.
Roma, Palácio da Congregação para os Bispos, 01 de maio de 2023, memória de São José Operário.
Em Jesus e Maria,
+ Peter Cardeal Turkson, OFM
Prefeito do Dicastério para os Bispos