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Carta Doutrinal "Beata Virgo Maria" | Sacra Congregatio Sanctus Officium

DOM EUGÊNIO MARIA CARDEAL PACELLI
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
 CARDEAL PROTO-DIÁCONO DI SANCTAE SABINAE ALL'ALVENTINO
  PREFEITO DA SACRA CONGREGAÇÃO DO SANTO OFÍCIO


A todos que esta lerem,
graça e paz de Nosso Senhor Jesus Cristo!

CARTA DOUTRINAL SOBRE A SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA


I. Introdução

1. Maria também conhecida como Maria de Nazaré e chamada pelos católicos e ortodoxos de Virgem Maria, de Santíssima Virgem e de Nossa Senhora, foi a mulher israelita de Nazaré, identificada no Novo Testamento e no Alcorão como a mãe de Jesus através da intervenção divina. Jesus é visto como o Messias — o Cristo — em ambas as tradições, dando origem ao nome comum de Jesus Cristo. Maria, que teria vivido na Galileia no final do século I a.C. e início do século I d.C., é considerada pelos cristãos como a primeira adepta ao cristianismo.

II. A Presença da Virgem Maria

2. A Constituição Dogmática Lumen Gentium do Concílio Vaticano II, no número 62, refere-se a Nossa Senhora ao dizer que, por “sua maternal caridade, cuida dos irmãos de seu Filho, que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam conduzidos à feliz pátria. Por isso, a Bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de Advogada, Auxiliadora, Socorro, Medianeira”.

3. A Mãe de Deus tem importante papel no caminho de cada um de nós na Igreja, pois somos todos seus filhos, num relacionamento de amor que se estenderá até os últimos tempos. Assim, os diversos títulos referidos a Maria, na Igreja, contribuem e colaboram, hoje, para nossa compreensão sobre Sua maternidade para conosco, porque sempre podemos contar com essa Mãe, que cuida de nós, seus filhos, como cuidou de seu Filho Jesus.

III. Mãe Intercessora

4. Cristãos católicos, desde os primórdios do cristianismo, confiam-se na intercessão de Maria junto a Jesus Cristo, o único Mediador entre Deus e os homens, que – segundo a Carta Encíclica Miserentissimus Redemptor de Pio XI no número 15 – “quis associar-Se a sua Mãe elegendo-a como advogada dos pecadores, dispensadora da graça e mediadora”. A Mãe conhece o coração do seu Filho, e, por isso, ela é auxílio eficaz, que, simultaneamente, intercede e aproxima ao Cristo todos aqueles que a Ela se arrogam.

5. Fiel, desde a Anunciação do anjo Gabriel até os sofrimentos junto à Cruz de Cristo; e inabalável no caminho da consumação eterna dos filhos de Deus, a maternidade da Virgem Maria alcança a todos na História da Salvação, porque ela é medianeira. Entretanto, é belíssimo ressaltar que, em nada, ela desdiz a verdade de haver um único Mediador ao Pai: Jesus Cristo.

6. Na Carta Encíclica Ad Diem Illum do Papa São Pio X, no número 2, temos a precisa colocação de que são muitos os insignes benefícios concedidos por Deus às piedosas solicitações de Maria. Nisso, podemos notar que, existe uma interligação daquela que Deus elegeu em seu jeito de ouvir as preces dos filhos e filhas da Igreja, com o próprio Senhor, pois Deus concede Suas graças e bênçãos a todos que recorrem ao Filho pelas mãos da Mãe, a Virgem Maria.

IV. Mãe da Esperença

7. A Virgem Maria é socorro dos cristãos. Ela comungou das dores e angústias de Jesus e, mais do que ninguém, conheceu o sofrimento supremo de Cristo que remiu a humanidade. Por isso, Maria socorre os aflitos e desesperados levando-lhes esperança e amor. A Bula Ineffabilis, de Pio IX, diz que à Virgem foi concedido ser junto ao Filho unigênito a medianeira e advogada de todo o mundo. Com isso, entendemos que, Nossa Senhora auxilia, socorre e intercede por todos, num gesto de amor de mãe, que não deseja que nenhum de seus filhos se perca, mas que encontrem a salvação.

8. Por fim, expressemos, em nossa vida, a bela verdade de que, com o Senhor, seja bendita Aquela que Ele constituiu Mãe de misericórdia, Rainha e Advogada nossa, amorosíssima, Medianeira de suas graças e Dispensadora dos seus tesouros. Pois é bom estar, diariamente, com Aquela que sempre nos leva a seu Filho Jesus Cristo, Nosso Senhor e Rei.

V. Conclusão

9. Maria é para a Igreja motivo de grande alegria, pois ela participou direta e intimamente da obra redentora de Jesus Cristo e continua velando com amor maternal sobre os filhos da Igreja. Ela colaborou na obra da Salvação, quando pelo seu “Sim”, veio ao mundo o Salvador da humanidade, Jesus Cristo Nosso Senhor.

10. Na trajetória de nossas vidas, Maria, além de Mãe, se torna também uma irmã de fé, que nos acompanha e ilumina cada passo de nosso caminho. E é nas nossas atitudes, enquanto passamos pelo processo de amadurecimento, que temos a chance de aprofundar nosso caminhar como discípulos de Cristo.

11. A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: “Mostrai-nos Jesus”. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria.

Dado e passado na Prefeitura da Sacra Congregação do Santo Ofício, no dia 27 do mês de Fevereiro, Ano Santo Mariano de 2023, primeiro do pontificado de Sua Santidade Lúcio.

+ Eugênio Maria Cardeal Pacelli
Prefeito da Sacra Congregação do Santo Ofício