DOM GABRIEL SOUZA CARDEAL GIOVANELLI
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
CARDEAL BISPO DI SANTA SABINA-POGGIO MIRTETO
"Obediência e Paz"
Aos que esta CARTA chegarem, paz e bênçãos
de Nosso Senhor Jesus Cristo
“Aprender a despedir-se”, há 16 anos atrás, no ano de 2007 ao mês de Janeiro no dia 20 iniciei minha caminhada evangelizadora em meio ao âmbito virtual, com o passar do tempo, fui criando minha própria identidade, onde pude fazer amizades e inimizades, que corroboraram para o meu crescimento pessoal. Com o passar do tempo fui me dedicando a aprender sempre mais, a me especializar em diversas áreas da Igreja. Entre os anos de 2012 à 2015 fiquei à frente como Papa da Igreja no Lella Hotel, o primeiro amor a gente nunca esquece, lá vivenciei diversas situações sempre rabujento e reclamão mais com o coração aberto a acolher aquele que sempre batia a minha porta. Após a minha saída, migrei para a Igreja no Habbo Hotel onde exerci meu apostolado ministerial como bispo e consequentemente cardeal, hoje agradeço as comunidades arquidiocesanas de Porto Alegre, Manaus, São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Aparecida, Niterói, assim por bem as dioceses de, Leiria (Portugal), Lorena (Brasil), o Patriarcado de Veneza e Milão (Itália), onde passei como Arcebispo Metropolitano dos anos de 2016 à 2018. Aqui agradeço também aos amigos e conhecidos Gregório Andreoli Magnus, Orani Tempesta, Paulo Evaristo, Ângelo Roncalli, Nalegaca, Gilmar Costa (Afilhado), Henry Cardoso, Odilo Pedro Scherer, Stramantino, Sthevan Fiztman, Darci Niciolli, João G. Santana e a tantos outros que comigo caminharam.
A comunidade do Habblive Hotel, a qual se tornou minha morada e caminho final, à partir do ano de 2019 em comunhão com os Cardeais Armand Richelieu e Carlos Montanna, no qual fomos agraciados com o Patriarcado de Lisboa. Missão esta mais uma vez desafiadora batia a minha porta. Desafios foram vencidos e com isso a Igreja militante neste hotel, me animou e revigorou minhas forças a continuar minha missão. Nesta comunidade trabalhei em todos os cargos da Cúria Romana, sempre próximo ao Pontífice, atuei em grandes sedes cardinalícias no Brasil, aqui quero saudar e engrandecer o trabalho realizado na Arquidiocese de Manaus. Durante meu ministério no hotel, fui agraciado com amigos verdadeiros que me fizeram uma pessoa melhor aqui cito-os Joseph Ghislieri, Elcy Arboitte, Eugênio Paceli, Movato, Giovanni Lajolo, Vitor Medeiros, Marcos Nunes, Marcos Vegesela, Rafael Arns, Antonio Llovera, Peter Turkson (Afilhado), Daniel Braschi e a sra. Amy Fakinglt entre outros que mesmo não constando o nome aqui sabem que fazem parte, desta história.
Mas, ao deparar-me com a passagem bíblica dos Atos dos Apóstolos (cf. 20, 17-27), numa oração pelos Pastores, cheguei a firme decisão, que é hora de dizer adeus, a conclusão de um cargo eclesial, deve ser considerada parte integrante do próprio serviço, enquanto requer uma nova forma de disponibilidade. Esta atitude interior é necessária quer quando, por razões de idade, nos devemos preparar para deixar o nosso cargo, quer quando for pedido para continuar aquele serviço durante um período mais longo, mesmo tendo sido alcançada a idade de setenta e cinco anos. Hoje aos 90 anos, peço ao Papa Lúcio a EMERITAÇÃO e APOSENTADORIA DEFINITIVA, com sã consciência dos meus atos, preparando-me para me apresentar diante de Deus, despojando-me dos meus desejos de poder e da pretensão de ser indispensável.
Ao mesmo tempo, assumo esta necessidade de me despedir, após discernir na oração a maneira de como viver a etapa que está para iniciar, elaborando um novo projeto de vida, marcado na medida do possível por austeridade, humildade, oração de intercessão, tempo dedicado à leitura e disponibilidade a prestar simples serviços pastorais. Cheguei até aqui com um sentimento de realização, vendo a importância de completar adequadamente um projeto muito profícuo para a Igreja.
Hoje vejo no Papa Lúcio, não tanto uma revolução, mas uma continuidade com o Papa Pio, embora com diversidade de acentos e segmentos de vida pessoal… A sinceridade, e a misericórdia, são realidades maravilhosas que experimentei pessoalmente com o senhor, apesar de nossas desavenças… E não posso deixar de destacar duas coisas que reforçam esta continuidade: o dom da espontâneidade, projetado para o futuro rico de memória e a comum e fervente devoção Mariana.
Desejo aos meus irmãos que aqui continuam a sua jornada que possam “desfazer logo os nós que ainda impedem a Igreja de ser em Cristo, o coração do mundo, horizonte desejado e invocado incessantemente.” Rezem por mim que eu estarei rezando por vocês, até a eternidade...
In Christus,
Datum et actum Roma ad Congregationis pro Clericis, die XXVIII mensis Ianuarii anno MMXXIII, in memoria liturgica Sancte Thoma de Aquino, Presbyteri et Ecclesiae Doctoris; sub Pontificatu Lvcivs PP.