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Catequese do Papa Lúcio | 28 de Setembro de 2022

LVCIVS, EPISCOPVS
SERVVS SERVORVM DEI


Vaticano, 28 de Setembro de 2022.

Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo, saudações e bênçãos no Senhor!

Reunimo-nos hoje na sede da Igreja Universal para a nossa primeira Audiência Geral e Catequese nesta Praça na qual o Apóstolo Pedro humildemente foi martirizado, em nome da fé. Esta mesma fé que hoje nós carregamos por meio do Batismo e deve ser o sinal vivo de nosso amor a Deus e à Sua Igreja.

Neste nosso primeiro encontro após a minha eleição, por Providência Divina, pensei ser viável tratarmos sobre o Ano Mariano, importante momento histórico e religioso de renovação dos nossos votos a nossa Santíssima Mãe, Maria. No Evangelho que acabamos de ouvir, temos como figuras centrais e quase que únicas o Senhor Jesus e seus pais Maria e José. É um episódio rotineiro de qualquer família: Um filho que se desencontra de seus tutores e o desespero e aflição das buscas dos pais por aquele filho que desgarra-se de seus cuidados. O que de fato nos impressiona neste evangelho é a postura pela qual Jesus se impõe para justificar o fato de ter desprendido-se de seus pais: Estava ocupado com as coisas do Pai do céu. 

Neste sentido, é possível observarmos que desde muito jovem Jesus tinha convicção da sua missão neste mundo e sabia perfeitamente o que fazer, quando fazer e onde fazer. Embora a resposta que tenha dado a seus pais, num primeiro momento para nós, possa parecer desrespeitosa, a postura e a missão de Jesus são prontamente compreendidas por Maria e José que imaginavam que o Cristo trilharia caminhos diferentes dos adolescentes e jovens de sua época, ele de fato era diferente dos demais, desde muito cedo. De fato a preocupação de Maria nos é muito peculiar se comparada a preocupação das mães atuais, as mães dos dias de hoje.

Vivemos num mundo marginalizado, cruel e desumano em que o amor de uma mãe muitas vezes é descartado e até mesmo esquecido, Quantas mães choram a perca de seus filhos mortos por policiais e por bandidos em confrontos armados? Quantas mães choram seus filhos vítimas de bala perdida? Quantas mães choram seus filhos envoltos no mundo das drogas e da marginalidade? A sociedade parece não ter mais espaço para a família e para as preocupações de uma mãe, como Maria teve, como Maria foi como mãe: Preocupada e amorosa, acolhedora e compreensiva. É muito difícil nos dias de hoje gerar uma vida e colocá-la no mundo, educando-a na fé e no caminho da Verdade. É de fato um grande desafio.

Na medida em que o Evangelho se encaminha para a conclusão, Jesus obedientemente segue com seus pais para Nazaré, pois embora tenha a missão de bem desempenhar seu papel como Filho de Deus que veio ao mundo, ele também tinha ciência da importância em obedecer seus pais, honrando-os e respeitando-os como tal. E como marco desta belíssima passagem, ela nos diz: Sua mãe, porém, conservava todas essas coisas no coração. Assim como as mães enlutadas, como as mães que choram seus filhos drogados, as mães que choram seus filhos presos e tantos outros males que assolam a família, elas também guardam muitas coisas no coração. E mesmo nós, que não sendo pais e nem mães, muitas vezes guardamos muitas coisas no coração, ou ao menos deveriamos. Muitas coisas que ouvimos e não concordamos, muitos tapas na cara que alguns irmãos nos dão, muitas coisas que nos ofendem e lá estamos nós prontos para revidar! Não deveria ser assim. No mundo atual deviamos ser mais como nossa mãe e conservar todas essas coisas no coração, é esse o seu desejo enquanto seus filhos amados. O resto, Deus certamente proverá!

Que nesta noite, nós, os filhos de Maria, possamos estar com o coração aberto e dispostos a guardar todas essas coisas no coração, não remoendo-as, mas transformando-as em coisas boas, para que elas saiam de nossa boca em forma de bondade e palavras de luz aqueles que tanto necessitam. Que Maria passe à nossa frente sempre, abrindo as portas e os caminhos em meio a caminhada que não é fácil, mas ela vai conosco, à frente, guiando-nos e protegendo-nos do mal e cobrindo-nos com seu manto sagrado.

Neste Ano Mariano, tenhamos a decência de bem celebrar a nossa Mãe, na dignidade que ela merece, com os mais nobres gestos e ações, ao passo que devolvemos de corpo e alma todo o amor que ela nos tem dado desde o início das nossas vidas. Que seja um ano para Maria e por Maria! 

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Em Cristo Jesus;

+ Lvcivs Pp.
Sumo Pontífice

Catequese do Papa Lúcio em 28 de Setembro de 2022, Audiência Geral na Praça de São Pedro, no Vaticano.