HOMILIA DO PAPA MAXIMILIANO
Hoje celebramos a Solenidade do Corpo e do Sangue de Cristo: o sacramento de amor. Se no Antigo Testamento, Deus enviava, ao povo que caminhava no deserto, o Maná, a fim de saciá-los da fome, a partir da instituição da eucaristia, na Quinta-feira Santa, o Senhor quis fazer-se alimento para nós, que caminhamos nos desertos da vida, a fim de que tenhamos forças para chegar à Jerusalém Celeste. Sob o véu da eucaristia, Cristo cumpre a promessa de "permanecer conosco todos os dias até o fim do mundo" (Mt 28, 20).
S. Paulo recorda aos cristãos de Corinto que a ceia do Senhor é, sobretudo, o memorial do sacrifício redentor de Cristo. Segundo o Missal Romano, "na Eucaristia, a mãe Igreja reconhece com fé firme, acolhe com alegria, celebra e venera com atitude adorante, o sacramento da redenção, anunciando a morte de Cristo Jesus, proclamando sua ressureição, na expectativa da sua vinda na glória, como Senhor e dominador invencível, Sacerdote Eterno e Rei do Universo". Assim, quem da ceia do Senhor participa, afirma o Apóstolo, une-se ao mistério da morte do Senhor e faz-se anunciador dele.
O evangelho de Lucas, proclamado nesta solenidade, recorda-nos o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. Diante da pouca quantidade de alimento, "cinco pães e dois peixes" (Lc 9, 13), os discípulos, egoisticamente, pensam em dispensar a multidão. Em nossa sociedade, profundamente desigual, onde vige a lógica do acúmulo e a cultura do descarte, o gesto da partilha deve ser sempre posto em prática. Diz-nos o Papa Francisco que "a «economia» do Evangelho multiplica partilhando, alimenta distribuindo; não satisfaz a voracidade de poucos, mas dá vida ao mundo. O verbo de Jesus não é ter, mas dar".
Que Jesus Sacramentado, "o pão vivo descido do céu" (Jo 6, 51), nos torne comunhão, na partilha e no amor solidário. Que Ele nos transforme em verdadeiros filhos e filhas de Deus, para sermos, em Jesus, por Ele e com Ele, uma hóstia agradável ao Pai.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
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