A todos que lerem essa carta, saúde e bênçãos do Senhor.
Caríssimos irmãos e irmãs, visto o mundo atualmente é necessário esclarecer alguns fatores para a sociedade e orientar os leigos de nossa Igreja e vendo isso, essa congregação vem por meio dessa carta explicar sobre a homossexualidade e o seu convívio dentro da Igreja, alegando todo o conhecimento na Fé Cristã e Católica.
No início de tudo, Deus criou e colocou na Terra os seres humanos com a sua imagem a semelhança e nisso, Deus criou o homem e a mulher (Cf. Gn 1:27). É preciso compreender que a criação e a base de uma família deve ser o homem e a mulher, e nisso, o matrimônio não é somente uma união entre de um homem e uma mulher mas sim, um compromisso verdadeiro com Deus já que o matrimônio é um sacramento elevado ao altar de Cristo. [1]
A Igreja por si seguindo os planos do Criador sobre a união de seres humanos, não pode declarar apoio a uma união homossexual, entretanto, o respeito com a união deve ser claramente evidente, uma vez que se condena a prática homoafetiva e práticas de preconceito contra os mesmos.
É preciso entender que cada contexto tem sua solução, respeitar e acolher tal ser humano com essas orientações é dever de qualquer cidadão civil e cristão. O respeito e o acolhimento não é sinônimo de aceitação visto que, se há respeito para com os mesmos, logicamente não haverá desordem e injustiças sobre eles.
A Santa Igreja tem como dever acolher a todos com essas tendências? Sim! Mas é severamente orientado que tal pessoa viva na castidade sem praticar tais atos, assim como a família e qualquer cidadão cristão deve fazer.
Para explicar melhor isso, vejamos a passagem de Jesus com a prostituta que iriam apedrejar por adultério (Cf. Jo 8,1-11). Jesus de fato, mostra duas faces nessa passagem, a primeira é de acolher a mulher sem aceitar o pecado que a mesma cometeu, visto que não há nenhuma confirmação do aceitamento de Jesus para com a tal prática, ajudando-a e perdoando-a de seus pecados.
A segunda face dessa passagem, é mostrada a hipocrisia dos homens com diversos pecados cometendo injustiça e discriminação com a mesma.
Fazendo uma breve analogia, compreendemos que qualquer cristão deve ser contra as práticas homossexuais, porém, é preciso tratar com delicadeza e acolher essas pessoas sem concordar com essa inclinação sexual e lembrar que somos pecadores também e que deve haver a tolerância. Tolerar é compreender o outro assim como você quer ser compreendido mas não é preciso haver aceitação no ato de tolerar.
Esse problema é comum nas famílias e é comprovado cientificamente que a homoafetividade é um fator natural do ser humano. Cabe os familiares de cada uma dessas pessoas, seguir a prática da tolerância, acolher e por fim convidar a pessoa a viver na castidade, uma vez que as práticas são um pecado grave contra a mesma.
Obrigar a pessoa a reprimir os seus atos de forma violenta, também não é a solução! Deve-se ter o mínimo de respeito no tempo da tal pessoa, pois acelerar esse processo com agressões e manipulações psicológicas não irá dar resultado algum muito pelo contrário, pode ser considerado um ato de discriminação e injustiça.
O fato de uma pessoa ter essa devida orientação sexual, não a torna menor e nem maior que alguém já que a mesma é convidada sempre a viver em castidade para reprimir os seus impulsos sexuais desordenados. [1]
Caríssimos irmãos e irmãs, concluímos então que a prática de homossexuais é condenada pela Sagrada Escritura e é um atentado contra o plano de Deus sobre o matrimônio (Cf. Rm 1, 24-27; 1 Cor 6, 10; 1 Tm 1, 10) mas é preciso compreender que o acolhimento e o respeito da família, tolerar sem concordar com tais práticas, é fundamental para que tal pessoa com essa orientação possa ser bem desenvolvida na sociedade.
Alega-se que a Igreja tem o papel fundamental de acolher e amar pessoas com essas tendências, visto que não há plena concordância da Igreja com a união e as práticas dos mesmos, incluindo-os sem qualquer discriminação ou injustiça.
Também, pessoas com essa inclinação sexual são convidados e devem praticar a castidade para controlar os declínios sexuais e depravações contra a natureza.
E por fim, pedimos ao Senhor que proteja a todos com sua mão paternal e misericordiosa para que essas pessoas não sofram na sociedade o perigo da discriminação e repulsão por serem assim.
Que Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, possa iluminar a cada um de nós nas decisões difíceis e impossíveis.
Roma, 13 de Março do ano de 2022.
+Dom Marcos Nunes Card. Montserrat
Prefeito da Congregação para os Leigos, a Família e a Vida
REFERÊNCIAS
[1] Cf. Considerações Sobre os Projetos de Reconhecimento Legal das Uniões Entre Pessoas Homossexuais, P. 4, 2003