"Como o sol nasce na aurora, de Maria, nascerá Aquele que a terra seca em jardim converterá."
A todos que este virem,
a graça e a paz do Menino Jesus.
O Advento, tempo de expectativa, de esperança e de conversão, está no coração da Igreja missionária e solidária. A Liturgia do Advento convida à conversão pela voz dos profetas, sobretudo de João Batista: Convertei-vos, pois o Reino do Céus está Próximo (Mt 3,2); convida à esperança jubilosa de que a salvação já realizada por Cristo e as realidades da graça já presentes no mundo cheguem a sua maturidade e plenitude, quando a promessa se transformará em posse, a fé em visão e nós seremos semelhantes a Ele e O veremos assim como Ele é (1 Jo 3,2).
Depois da celebração anual do mistério pascal, nada a Igreja tem de maior apreço do que a comemoração do Nascimento do Senhor e das suas primeiras manifestações: o que celebra no tempo do Natal (CB, N.234; cf. NALC. N. 32). Esta comemoração é preparada pelo tempo do Advento, o qual se reveste de dupla característica: tempo de preparação para as solenidades do Natal, nas quais se recorda a primeira vinda do Filho de Deus ao meio dos homens; e simultaneamente, tempo em que, com esta recordação, os espíritos se dirigem para a expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Nesta dupla perspectiva, o tempo do advento apresenta-se como tempo de devota e jubilosa espera (CB, n. 235; cf. NACL, n.39).
Neste ínterim, faz-se necessária devida orientação para que melhor possamos, nós e o povo que junto a nós se reúne e congrega ansiosamente aguardando a vinda do Messias, celebrar este tempo propício para reflexão e preparação do nosso coração. Por isso, faço valer os seguintes direcionamentos que devem ser seguidos por toda a Igreja:
LITURGIA
1. O tempo do Advento é tempo de penitência e de ansiosa espera. Por isso, usa-se os paramentos de cor roxa, e pede-se total discrição quanto a tonalidade da cor.
2. Até o dia 16 de dezembro, não se permitem as Missas para diversas circunstâncias, votivas ou cotidianas pelos defuntos, a não ser que a utilidade pastoral o exija (IGMR, n. 333). Mas podem ser celebradas as Missas das memórias que ocorrem, ou dos Santos inscritos no Martirológico nos respectivos dias (IGMR, n. 316b). A estas permite-se o uso da cor litúrgica respectiva. Após essa data, as memórias tornam-se facultativas, e na oportunidade de realizá-las, toma-se apenas a Oração do Dia.
3. No 1º Domingo do Advento, começam as leitura dominicais do novo Ano Litúrgico. No nosso caso, encerrado o ciclo litúrgico do Ano B da Liturgia da Palavra, inicia-se agora as leituras do Ano C.
4. O altar orna-se com flores, com aquela moderação que convém ao caráter próprio deste tempo, de modo que não antecipe a plena alegria do Natal do Senhor. Recomenda-se, portanto, a ornamentação sóbria do espaço litúrgico, utilizando de maneira moderada as flores e ornamentos.
5. Os cantos sejam sóbrios e não muito festivos, reservando-os para a alegria do anúncio do Natal do Senhor.
A COROA DO ADVENTO
6. Deve-se preparar um local para a preparação da Coroa do Advento. Esta deve conter 4 velas na forma circular, como de costume. As respectivas cores podem ser de duas formas: a primeira, utilizando 3 velas roxas e 1 rósea, significando o Domingo Gaudete. Ou, conta-se com as 4 velas nas cores Verde (Primeiro Domingo), Vermelha (Segundo Domingo), Roxa (Terceiro Domingo - Gaudete) e Branca (Quarto Domingo).
7. Ao se preparar a Coroa do Advento, faz-se então a benção, conforme se segue:
A oração de bênção da coroa do Advento:
Senhor,
a terra se alegra nestes dias,
e tua Igreja transborda de gozo
diante do teu Filho, nosso Senhor,
que chega como luz esplendorosa,
para iluminar os que jazem nas trevas
da ignorância, da dor e do pecado.
Repleto de esperança em tua vinda,
teu povo preparou esta coroa
e a enfeitou com carinho.
Neste tempo de Advento,
de preparação para a vinda de Jesus,
nós te pedimos, Senhor, que,
enquanto cresce a cada dia
o esplendor desta coroa,
com novas luzes,
que Tu nos ilumines
com o esplendor daquele que,
por ser a Luz do mundo,
iluminará toda escuridão.
Ele que vive e reina
pelos séculos sem fim.
Amém.
O PRESÉPIO E ÁRVORE DE NATAL
8. Em conformidade com o Decreto Pontifício sobre as Decorações Natalinas, cumprindo o que nos pede o Santo Padre, o Papa Bento, num espaço conveniente seja preparado o presépio e a árvore de natal, símbolos de catequese visível aos cristãos para melhor compreensão do Natal do Senhor.
9. Na Missa do Natal do Senhor, durante o Canto do Glória, pode-se entronizar a imagem do Menino Jesus na manjedoura do presépio, fazendo-se a devida incensação e adoração.
CONCLUSÃO
Esperançosos na certeza de que o Senhor virá, nos apoiamos em sua Palavra que nos conforta e nos pede, "entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá" (Sl 37, 5). Confiantes no Senhor, entregamos a Ele nossa vida, nossa confiança e nosso coração, e peçamos, carinhosamente, vem, Senhor Jesus, e consigo traga calorosas renovações em nossa vida espiritual.
Que nos ajude a Virgem Maria, a Senhora da Esperança, ela que soube com paciência reservar sua vida para a vinda de Nosso Senhor, nos ensine a também nos prepararmos para receber seu Filho, Jesus Cristo.
Dado em Roma, na Sede desta Congregação, no dia 27 de Novembro de 2021, véspera do Advento.
DOM HUGH CALUM CARD. LAURIE
Por providência divina e da Santa Sé Apostólica,
Cardeal-presbítero di Santi Cosma e Damiano
PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS
DOM TOMÁS DE ALCÂNTARA CARD. BOURBON
Por providência divina e da Santa Sé Apostólica,
Cardeal-diácono di Sancta Maria in Aquiro
VICE-PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS