DOM ARMAND JEAN DU PLESSIS CARDEAL RICHELIEU
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
CARDEAL BISPO DI ÓSTIA
DECANO DO SACRO COLÉGIO DE CARDEAIS
Aos queridos irmãos Dom Gabriel Souza Giovanelli, Monsenhor Matheus Marquez e Cônego Antônio Llovera, saúde e paz.
Dado o triste e surpreso episódio do fechamento da Arquidiocese Metropolitana de Manaus pelo Santo Padre o Papa Júlio, chegou ao nosso conhecimento o descontentamento de Vossas Reverendíssimas quanto a decisão adotada por esta Sé Apostólica.
A Igreja em sua missão deve ser justa e transparente à ponto de esclarecer todas dúvidas que colocam em cheque e credibilidade da Igreja e expõe a figura do Sumo Pontífice de modo ruim.
Com relação ao FECHAMENTO da Arquidiocese de Manaus, nós declaramos:
1. É direito do Sumo Pontífice a Ereção Canônica e o Fechamento da mesma quando esta não lhe aprouver mais ou à Igreja em si.
2. A Igreja neste momento está prezando pela unidade do clero e dos fiéis junto à Diocese de Roma visando frear uma pequena falha nas atividades pastorais de nossa Diocese.
3. Todo Ministro ordenado está sujeito a ser enviado para onde a Igreja precisa dele naquele momento. O fato de haver uma transferência dos clérigos manauaras à Roma mostra justamente o esclarecer do ponto citado no tópico acima.
Com relação ao DESTINO de Vossas Reverendíssimas, nós declaramos:
1. A Santa Sé reconhece e entende os vossos profundos descontentamentos com a decisão tomada ao passo que recorda a importância de estarmos granjeando a unidade do clero e a execução dos trabalhos pastorais em Roma. Também nós relembramos que os clérigos estarão sujeitos a prestarem trabalhos em Aparecida, no Brasil, sempre que lhes for solicitado, sendo uma terra de missões populares.
2. Dada vossas atitudes em solicitarem emeritação e até mesmo dispensa do estado clerical, nós concluímos:
2.1. A Santa Sé não concederá emeritação e nem mesmo a dispensa do estado clerical a nenhum clérigo outrora incardinado à Manaus.
De igual modo, nós estabelecemos:
Os clérigos supracitados que se separaram desta Sé terão até o Domingo de Ramos para apresentarem-se aos trabalhos pastorais na Diocese de Roma, ou estarão sujeitos a incorrer as penas previstas pelo Código de Direito por abandono do estado clerical.
Aqui ressaltamos o juramento de obediência que Vossas Reverendíssimas fizeram à Igreja no dia de vossas respectivas ordenações, dentre elas a obediência e a fidelidade ao Sumo Pontífice. Na Igreja nem sempre há concordâncias em todos os pontos estabelecidos, mas o respeito e a obediência devem prevalecer, pois Deus certamente sabe o que faz.
Rogamos ao bom Deus para que toque em vossos corações e os conduza de volta ao caminho da verdade e da unidade. Somos Igreja, somos unidade na diversidade!
Fraternalmente,
+ Armand Card. Richelieu
Decano do Sacro Colégio de Cardeais