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Reflexão | Tríduo do Bom Jesus dos Navegantes

 

DOM ARMAND JEAN DU PLESSIS CARDEAL RICHELIEU
POR MERCÊ DE DEUS E SANTA SÉ APOSTÓLICA
CARDEAL PROTO-DIÁCONO DI SANCTA MARIA DA SCALA
VIGÁRIO GERAL PARA A DIOCESE DE ROMA

A todos que esta lerem,
paz e bem!


Estimados irmãos e irmãs;

Celebrando o Tríduo em preparação à Festa do Bom Jesus dos Navegantes, tendo em vista os temas que ao longo destes três dias de oração e vivência em comunidade nos são apresentados, hoje somos surpreendidos com a indagação de Cristo: Quem tocou as minhas vestes?

A escritura que nos leva a refletir sobre este tema vem hoje do Evangelista Marcos que nos apresenta uma família em desespero. A filha estava muito doente e seus pais já não sabiam mais o que fazer. O pai então saiu à procura de Jesus e o encontrou-o em meio à multidão como era de costume. Prostrou-se aos seus pés e em gritos de súplicas e socorro pediu ao Mestre que curasse a filha enfermidade. Jesus o atendeu e então saiu com ele e seus discípulos mais próximos para o local em que a menina enferma encontrava-se. No meio da multidão, uma certa mulher que por doze anos sofrera com um fluxo de sangue, na tentativa de uma bênção e melhora de vida tocou as vestes do Mestre Jesus. Cristo em meio à multidão sentiu este toque e logo indagou: Quem tocou as minhas vestes? Os discípulos logo observaram que seria impossível saber, haja visto o aglomerado de pessoas que ali estavam. Eis que do meio da multidão a mulher aparece, ajoelha-se diante do Mestre e o diz: Se tão somente tocar suas vestes serei curada! Logo foi curada de suas enfermidades e sentiu uma rápida melhora. Jesus sabendo disso logo voltou seu olhar para ela, e com ternura lhe disse: Filha, a tua fé te salvou, vá em paz, está curada deste mal.

Seguiu então seu caminho para a casa onde encontrava-se a menina enferma, adentrou seu quarto junto aos seus pais e discípulos mais próximos e apesar da notícia de que a menina já estava morta, Ele sabia que era capaz de dá-la a vida novamente, foi então que após a imposição de suas mãos, logo ela levantou-se de seu leito e para a alegria de todos, estava viva, saudável e sentia fome.

Queridos irmãos, hoje temos este grande exemplo para nós: esta mulher que diante de toda a sua enfermidade ao longo de doze anos, não perdeu a fé, não perdeu a esperança e o mais nos anima: ela encontrou tudo isso em Jesus Cristo!

Trazendo este acontecimento para os dias atuais: Nós clérigos e leigos, ao tocar nossas vestes sagradas usadas diariamente em nossos ofícios, estamos tendo a fé naquilo que fazemos? Estamos tendo a certeza da graça que esta pobre mulher recebeu de Jesus? Estou apenas cumprindo rituais ou de fato estou de coração aberto para acolher o amor de Deus e ser sinal d'Ele na vida de meu irmão e de minha irmã? Mais que o significado da veste propriamente dita, devem ser nossas ações e mudança de hábito de tudo aquilo que nos afasta de Deus. Esta mulher não foi curada por tocar na veste, mas pela sua própria fé. Sejamos autênticos clérigos, autênticos cristãos, que honram sim suas vestes, mas fazem delas apenas uma simbologia para o amor de Deus que é infinito e que transborda em nosso peito.

Que todos nós, em especial a Irmandade de Nossa Senhora da Conceição dos Navegantes, possamos com fé, diariamente no exercício do ser cristão, indicar aos nossos irmãos o caminho para ir ao encontro do amor e da misericórdia de Deus, que não faz acepção de pessoas, mas ama a todos igualmente.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Em Cristo Jesus;

+ Armand Card. Richelieu
Vigário Geral para a Diocese de Roma